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Capital

Vereadora diz que greve no Hospital do Câncer “é inaceitável”

Hospital do Câncer anunciou que não receberá novos pacientes

Maristela Brunetto | 23/02/2023 18:44
Hospital aponta déficit de R$ 770 mil/mês. (Foto: Henrique Kawaminami)
Hospital aponta déficit de R$ 770 mil/mês. (Foto: Henrique Kawaminami)

A vereadora Luiza Ribeiro (PT) classificou de “inaceitável” e “absurda” a decisão de reduzir atendimentos no Hospital do Câncer Alfredo Abrão, de Campo Grande, depois que médicos anunciaram greve porque estão com pagamentos atrasados. “Isso só pode ser brincadeira de muito mau gosto ou é uma irresponsabilidade sem tamanho, uma crueldade com quem precisa do SUS para receber atendimento”.

Ela destaca a gravidade do câncer e o nível de sofrimento adicional que as pessoas enfrentam diante de tal anúncio, após espera de dias ou até meses para alcançarem o atendimento através do sistema de regulação. “As pessoas doentes não podem ser uma “peça” num jogo entre o hospital e o Poder Público em busca de elevar os repasses de recursos financeiros ao HCAA”.

O hospital tem 75 médicos e 422 funcionários. A unidade atende 70% dos pacientes oncológicos do Estado da rede pública. A alegação é de que a instituição enfrenta mensalmente déficit de R$ 770 mil. Os profissionais informaram hoje que não receberão novos pacientes e manterão os que já estão em tratamento.

O HCAA recebe recursos estaduais e municipais. A Prefeitura de Campo Grande informou hoje que não tem repasses atrasados ao hospital, tendo transferido R$ 5,3 milhões este ano.

Luiza atribui a problemas de gestão do hospital o déficit apontado. “O HCAA fala sobre déficit financeiro mensal, mas não informa quanto de recursos públicos recebe todos os meses, da Prefeitura e do Governo do Estado, não informa quanto de recursos públicos recebeu nos últimos anos, não informa porque não faz licitação para a escolha do melhor preço para contratar exames de particulares”. Ela prossegue questionando o hospital filantrópico sobre a arrecadação com pacientes particulares e ausência de outras alternativas, além da paralisação dos atendimentos aos doentes como meio de pressão.

Para a vereadora, não deveria haver a concentração de um tratamento tão importante, como o de câncer, em poucas instituições de saúde, “ainda mais sendo elas privadas ou filantrópicas”. Para ela, o correto seria a Administração Pública gerir o hospital, para garantir a continuidade dos serviços.

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