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Capital

Vítima de PRF tinha álcool, ecstasy e remédio para ansiedade no sangue

Pelo menos três tiros atingiram empresário, que morreu de choque hemorrágico, conforme exame necroscópico

Anahi Zurutuza | 16/02/2017 17:59
Adriano Correia do Nascimento, assassinado no dia 31 de dezembro (Foto: Arquivo pessoal)
Adriano Correia do Nascimento, assassinado no dia 31 de dezembro (Foto: Arquivo pessoal)
Coberto com toalha, Ricardo deixa presídio no dia 1º de fevereiro. (Foto: André Bittar/Arquivo)
Coberto com toalha, Ricardo deixa presídio no dia 1º de fevereiro. (Foto: André Bittar/Arquivo)

Adriano Correia do Nascimento, 32 anos, tinha “elevados níveis de álcool no sangue”, havia usado drogas e um remédio para ansiedade antes de se envolver em confusão e ser assassinado por Ricardo Hyun Su Moon, o “Coreia”, na Avenida Ernesto Geisel, em Campo Grande, no dia 31 de dezembro. A informação consta no laudo necroscópico assinado pela médica legista Vania Esteves Silva, que foi anexado ao processo contra o policial rodoviário federal.

Foi detectado no sangue coletado do empresário a presença de 2,33 g/L de álcool, metilenodioximetenfetamina (ecstasy) e Sertralina (substância encontrada em medicamentos para ansiedade).

Os testes foram feitos pelo Ialf (Instituto de Análises Laboratoriais Forenses) de Campo Grande.

Ainda conforme o laudo, Adriano morreu de choque hemorrágico provocado por ferimento causado por arma de fogo. No corpo da vítima foram encontrados três projéteis.

Passado da vítima – A defesa do policial rodoviário federal já havia solicitado que seja anexado ao processo as notas de consumo do empresário nos últimos 12 meses na boate Non Stop, onde Adriano Correia estava antes da confusão no trânsito.

O pedido do advogado Renê Siufi, contratado pelo PRF consta em documentos anexados à ação que tramita na 1ª Vara do Tribunal do Júri em Campo Grande.

O criminalista disse em entrevista ao Campo Grande News na semana passada que há uma “oceânica distância” entre a realidade e a acusação. A defesa ainda destaca que o acusado agiu dentro das normas legais.

O passado de Adriano deve ser usado na defesa do PRF. O empresário já foi processado por furto de energia e a ação contra ele foi suspensa mediante acordo, com validade de dois anos, que previa quitação de débito e regras de conduta, como não frequentar bares, boates e similares de reputação duvidosa, além de não consumir bebida alcoólica. As regras eram válidas até julho de 2016.

Crime – Adriano, que conduzia uma caminhonete Toyota Hilux, foi morto na madrugada de 31 de dezembro de 2016, um sábado, na avenida Ernesto Geisel. Na versão do policial, que atuava em Corumbá e seguia em um Mitsubishi Pajero para a rodoviária da Capital, o condutor da Hilux provocou suspeita pela forma que dirigia.

“Coreia”, como era conhecido na corporação, alega que fez a abordagem após ter sido fechado. Nos depoimentos, ele reforçou que sempre se identificou como policial.

Ricardo Moon, contudo, foi denunciado por homicídio doloso contra Adriano e tentativa de homicídio contra Agnaldo Espinosa da Silva e o enteado de 17 anos, passageiros da caminhonete. A denúncia do MPE chegou dia 23 de janeiro à 1ª Vara do Tribunal do Júri .

O PRF foi preso em 31 de dezembro e solto no dia seguinte. No dia 5 de janeiro, voltou a ser preso e deixou a prisão no dia 1º de fevereiro.

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