Construção civil pode ter retração com defasagem e burocracia em MS
Com expectativa de movimentar cerca de R$ 2,33 bilhões, a indústria da construção civil em Mato Grosso do Sul pode crescer até 3,5% em 2014 em relação ao faturamento do ano passado, quando foram obtidos R$ 2,26 bilhões. Porém, os altos preços das obras públicas, a demora nas concessões de licenças ambientais e outras licenças, por parte do governo, podem causar uma retração no mercado.
Conforme a avaliação do presidente do Sinduscon (Sindicato Intermunicipal da Indústria da Construção de Mato Grosso do Sul), Amarildo Miranda Melo, a indústria da construção civil enfrenta entraves com o governo. Além disso, o setor é freado pelos preços inadequados ao mercado.
“Temos muita demora em relação às licenças ambientais, licenças construtivas, alvarás, habites e registro de imóveis. Isso tem atrapalhado o segmento e, por isso, o empresariado entra o ano ainda receoso”, explicou.
"Os preços estão inadequados à realidade do mercado, principalmente no que diz respeito às obras públicas. A burocracia é muito grande, os preços precisam ser corrigidos", pontuou.
O setor é o que mais emprega no Estado. São mais de 40 mil industriários empregados em 2.661 estabelecimentos da construção civil em Mato Grosso dos Sul, segundo dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) e Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
Amarildo garantiu que tem tentado desburocratizar os serviços, o que ajudaria ainda mais o desenvolvimento do setor.
“Buscamos contato com os secretários de Obras e de Habitação do Estado para tratar dos preços e a desburocratização dos serviços. Com essa reunião, que está agendada para o início do ano ainda, esperamos visualizar um novo cenário para o segmento”, afirmou.
Apesar da expectativa de retração, o momento do setor é considerado positivo. “Hoje, apesar de tudo, ainda estamos em um bom momento e para dar continuidade a isso e crescer é preciso que seja criado um melhor ambiente de negócios, melhorando a infraestrutura”, declarou.
Amarildo acrescentou ainda que quanto mais pessoas qualificadas o segmento tiver, mais trabalhadores estarão empregados, isso porque as indústrias da construção civil necessitam de mão de obra especializada.
“A Fiems, por meio do Senai, trabalha junto ao segmento na capacitação de mão de obra na área de eletricista, pintor e pedreiro, mas a nossa demanda é muito grande e ainda não conseguimos suprir a maioria dessa demanda”, destacou.