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Cidades

Em 2017, 245 pessoas ganharam vida nova e MS ‘exportou’ 183 órgãos

Ano terminou com saldo ‘mais que positivo’, afirma a Claire Miozzo, a coordenadora da Central Estadual de Transplantes

Anahi Zurutuza | 07/01/2018 07:55
Equipe que fez captação no HU no dia 25 de dezembro de 2017 deixando o centro cirúrgico (Foto: Paulo Francis/Arquivo)
Equipe que fez captação no HU no dia 25 de dezembro de 2017 deixando o centro cirúrgico (Foto: Paulo Francis/Arquivo)

Em 2017, 245 pessoas passaram por transplantes em Mato Grosso do Sul – 56% a mais que em 2016, quando foram feitas 157 cirurgias do tipo. No ano passado, o Estado também enviou 183 órgãos salvar vidas no restante do país.

O saldo é considerado mais que positivo pela coordenadora da Central Estadual de Transplantes, Claire Miozzo. “Tanto é que fizemos uma captação inédita no HU [Hospital Universitário de Campo Grande]”.

Ela explica que um conjunto de fatores contribuiu para o aumento no número. Um das principais mudanças foi a transferência da OPO (Organização de Procura de Órgão) do Hospital Regional para a Santa Casa.

“A OPO funciona como uma extensão da central de transplantes”, explica Claire. Trata-se de uma comissão formada por funcionários do hospital – médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem, assistente social e psicólogo – que trabalham à procura de potenciais doadores e também fazem o trabalho de acolhimento da família, antes da autorização para a doação.

É a OPO que aciona a central, responsável por ir atrás do receptor compatível e viabilizado o transplante ou por informar a central nacional sobre a existência do doador. “Depois que fecha o diagnóstico [de morte cerebral] a família que optou pela doação assina um termo e aí damos início ao processo captação. O que não for utilizar aqui vai para outros Estados”, detalha Claire.

O transporte de órgãos, dentro e fora do Estado, também foi facilitado. “Conseguimos um avião do governo para captar órgãos em Três Lagoas, por exemplo”. A coordenadora da central lembra que também o Corpo de Bombeiros têm ajudado no transporte até os aeroportos, disponibilizando batedores, além dos aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) que pode ser acionados.

Transporte de equipe de captação de órgãos pela FAB (Foto: FAB/Divulgação)
Transporte de equipe de captação de órgãos pela FAB (Foto: FAB/Divulgação)

Balanço – Dos 245 transplantes feitos no Estado, 222 foram de córnea, 17 de rim e 3 de ossos. Já dentre os órgãos enviados para fora de Mato Grosso do Sul estão 4 corações, 26 fígados, 65 rins, 84 córneas, 1 pâncreas e 3 pulmões.

Fila – Apesar do saldo positivo, no Estado, 59 esperam por um transplante de córnea e 45 de rim. “Ainda temos muito que trabalhar e as famílias se conscientizarem sobre a importância da doação”.

Em matéria publicada pelo Campo Grande News em abril deste ano, o médico Oswaldo Gomes Junior, do Incor (Instituto do Coração) de São Paulo (SP), que veio a Campo Grande para fazer a captação de pulmões, comentou que a chance de uma pessoa ou familiares dela precisarem de uma doação do que se tornar um doador.

“Mais de 70% das pessoas não discutem a doação em casa e quem autoriza é a família, por isso é importante falar sobre o assunto. Estatisticamente, é cinco vezes mais provável depender de um transplante do que se tornar um doador”, afirmou.

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