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Empregos

Demitidos há um mês cobram rescisões, salário e 13° da Bigolin

Mariana Rodrigues | 29/12/2015 12:32
Loja Bigolin, unidade do shopping Norte Sul Plaza, está em férias coletivas. (Foto: Gerson Walber)
Loja Bigolin, unidade do shopping Norte Sul Plaza, está em férias coletivas. (Foto: Gerson Walber)

Ao que tudo indica, a crise não afetou apenas uma unidade da loja de material de construção Bigolin, em Campo Grande. Funcionários de outras lojas relatam problemas financeiros da empresa para arcar com o salário de dezembro, décimo-terceiro e rescisões. Alguns, com muitos anos de casa, foram demitidos no começo do mês, ainda não viram seus direitos trabalhistas e estão recorrendo a Justiça.

Ontem (29), o Campo Grande News noticiou que a unidade do shopping Norte Sul Plaza não efetuou o pagamento do 13° salário de seus funcionários e está em recesso, retornando as atividades no dia 4 de janeiro. Após a publicação da matéria, funcionários que trabalhavam em outras unidades entraram em contato para denunciar a falta de pagamento do abono e o atraso do salário que continuam nas lojas.

Demitida há 19 dias, uma funcionária que não quis se identificar, afirma que até o momento não conseguiu receber o 13° e a rescisão. "É a primeira vez que isso acontece, quero resolver de forma amigável, até porque fiquei lá por muito tempo, mas tenho minhas contas para pagar, preciso receber", alega.

Ela conta que trabalhou por 14 anos na Bigolin e que todas as vezes que liga na empresa para saber uma data para receber o acerto, não obtém retorno. "Vou ligar hoje novamente para saber se eles me dão uma posição quanto ao pagamento, até porque tem pessoas que estão trabalhando lá e não receberam nem o salário de novembro", denuncia.

Outro ex-funcionário que ficou por 2 anos e 9 meses, conta que foi demitido no dia 11 de dezembro, mas até agora não conseguiu receber. "No dia da homologação eles não compareceram, consegui receber meu salário com muito custo, mas também não recebi o décimo-terceiro, já entrei na Justiça pois tenho que ir atrás dos meus direitos senão eles não vão pagar a homologação", diz.

Segundo o trabalhador, antes de ser demitido ele já havia notado a falta de produtos na loja, mas a explicação é que a rede havia feito pedidos para que o material fosse entregue. Ele conta ainda que a maioria das demissões foram no centro de distribuição.

Sobre as dificuldades financeiras, ele comenta que está em uma situação difícil, já que tem filho pequeno. "É complicado para mim e para quem ficou na empresa e estão com os salários atrasados. A gente faz planos com o 13° e com o salário, estou com conta de água e luz atrasadas, e minha esposa e meu pai que estão me ajudando", lamenta.

Outro funcionário, que dedicou 7 anos de sua vida a empresa, foi demitido há quase um mês e até agora não recebeu seus direitos trabalhistas. Para tentar receber o que não foi pago, ele entrou com uma ação judicial contra a empresa. "Marcamos reunião no sindicato e eles não compareceram, então eu decidi recorrer a Justiça", diz.

Outro lado - Em nota, a rede Bigolin informou que todas a unidades que se encontram em recesso voltarão às suas atividades normais no dia 04 de janeiro de 2016, e descartou o fechamento de unidades pertencentes a rede. Sejam elas situadas no Estado de Mato Grosso do Sul ou no Estado de São Paulo.

Quanto aos funcionários que estão lotados nas unidades que estão em recesso, a nota diz: "todos terão seu retorno normal ao trabalho no dia 04 de janeiro de 2016, como previsto, sem que haja demissão. Todas as outras unidades da Rede continuam atendendo normalmente".

Ainda de acordo com a nota, a rede alega que a crise que o país passa no momento é de conhecimento nacional, e que atingiu todos os setores da economia, no entanto, embora a Rede Bigolin tenha sentido os efeitos da crise, eles negam que estejam sem recursos financeiros.

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