Acaba sessão que teve até prisões e vereador escapa de cassação
Maioria votou pelo arquivamento das denúncias contra vereador acusado de favorecer empresa contratada pela prefeitura
A Câmara de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande, decidiu há pouco arquivar o pedido de cassação do vereador Junior Rodrigues (PL). Após a prisão dos vereadores Pedro Pepa (DEM) e Pastor Cirilo (MDB), 17 vereadores permaneceram na sessão de julgamento, iniciada às 15h.
Junior Rodrigues foi citado em relatório da CGU (Controladoria-Geral da União) como suspeito de ligação com uma lavanderia contratada pela prefeitura. O vereador é da base aliada da prefeita Délia Razuk (sem partido) e até o ano passado era o líder dela na Câmara.
O dono e funcionários da empresa trabalharam no gabinete de Junior Rodrigues. A defesa alega que o vereador é amigo há 27 anos do empresário, mas nega favorecimento à lavandeira.
O presidente da Câmara Alan Guedes (DEM) colocou em votação individual cada uma das cinco acusações contra Junior Rodrigues, feitas em maio pela advogada e ex-vereadora Virginia Magrini.
As denúncias de quebra de decoro por tráfico de influência, advocacia administrativa e exploração de prestígio receberam dez votos contrários e cinco votos favoráveis. As duas denúncias por atos de corrupção foram rejeitadas por unanimidade dos 15 vereadores presentes.
Junior Rodrigues ficou impedido de votar por ser o acusado e o vereador Juarez de Oliveira (MDB) se ausentou do plenário na hora da votação. Para a cassação seriam necessários dois terços dos 19 vereadores de Dourados – 13 votos.
Vereador de primeiro mandato, Junior Rodrigues é o quinto a enfrentar processo de cassação neste ano em Dourados e o quinto a ser absolvido. Os outros foram Pedro Pepa, Cirilo Ramão, Idenor Machado (PSBD) e Denize Portolann (PL).
Denise chegou a ser cassada por unanimidade em maio, mas a Justiça anulou a sessão e em novo julgamento, em junho, foi absolvida. Ela é primeira suplente. No dia 19 deste mês, o titular do mandato, Braz Melo (PSC), voltou a ocupar a vaga. Idenor continua afastado.