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Interior

Antigas geleiras, mar e fósseis de 400 milhões de anos de MS ganharão estrutura

“Trilha Rupestre” receberá apoio do governo na construção de plano de negócios para 14 cidades

Por Gabriela Couto | 27/03/2024 12:36
Imagem de uma das paredes dos 30 sítios arqueológicos em Alcinópolis, a 402 km de Campo Grande(Foto: Carlos Capistrano)
Imagem de uma das paredes dos 30 sítios arqueológicos em Alcinópolis, a 402 km de Campo Grande(Foto: Carlos Capistrano)

Governador Eduardo Riedel (PSDB) ficou impressionado com o projeto “Trilha Rupestre” apresentado para ele nesta terça-feira (26). O roteiro turístico com foco na bioeconomia mapeou 90 sítios arqueológicos no corredor ecológico Cerrado-Pantanal, que abrange 14 cidades.

Criado pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) em parceria com a Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul), a iniciativa fomenta geração de renda em Campo Grande, Jaraguari, Alcinópolis, Chapadão do Sul, Corguinho, Costa Rica, Coxim, Figueirão, Paraíso das Águas, Pedro Gomes, Rio Negro, Rio Verde, São Gabriel do Oeste e Sonora.

Os estudos mostram, por exemplo, que Mato Grosso do Sul já teve geleiras, mar e existem registros de fósseis de 400 milhões de anos. Um material rico e cheio de curiosidades a ser explorado durante a trilha. A ideia é mostrar como são feitas escavações, prever inclusive a construção de museus e parques.

Governador Eduardo Riedel (PSDB) recebeu projeto "Trilha Rupestre", nesta terça-feira (26) (Foto: Álvaro Rezende)
Governador Eduardo Riedel (PSDB) recebeu projeto "Trilha Rupestre", nesta terça-feira (26) (Foto: Álvaro Rezende)

"O poder público é indutor de estratégia, fomento e no que depender de nós seremos parceiros. É uma riqueza fantástica. Tem muita coisa que pode e deve ser aproveitada. Precisamos pensar em como produzir em grande escala. É o papel do Estado apoiar. Nosso grande desafio é fazer essa riqueza se traduzir em mercado", pontuou Eduardo Riedel.

O projeto envolve pesquisas nas áreas da produção de cerâmica, alimentos, paleontologia e até aromas com óleos essenciais de plantas locais. Durante o encontro com o governador foram apresentados produtos já desenvolvidos em caráter experimental, de sabonetes a geleia de guavira e pão de queijo com bocaiúva.  Recentemente, a convite da Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), a trilha foi apresentada em Portugal.

Os cerrados e as planícies pantaneiras tinham fartura de alimentos, frutos, caças e pescas. Há indícios de que muitos grafismos ou desenhos poderiam servir para orientar sobre os locais onde encontrar alimentos em determinadas estações do ano.

"Os mirantes são propostas concretas, as placas educativas com informações do que se trata aquele local nos interessa. A possibilidade de trazer o conhecimento botânico dessas plantas alimentícias, inclusive algumas que não são usadas por desconhecimento da população", explicou Ivo Leite, coordenador administrativo do programa da trilha.

Algumas cidades, como Alcinópolis, Rio Negro e Rio Verde, já lucram como passeios em sítios arqueológicos. O projeto pode ajudar no avanço do turismo local destes municípios e no restante da rota, tendo inclusive sinalização na MS-080.

"Nossos pesquisadores foram colocando neste roteiro grandes riquezas para podermos gerar ou agregar valores em produtos do Estado. Estamos felizes por apresentar isso ao governador e mostrar como um projeto financiado pela Fundect pode ajudar a resolver desafios do turismo até a educação ambiental", disse Marcelo Turine, reitor da universidade.

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