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Interior

Apesar de versão de troca de tiros, ex-vereador também foi atingido pelas costas

Os policiais militares envolvidos no caso alegam que atiraram contra Dinho Vital para se defender

Por Viviane Oliveira | 10/05/2024 11:08
O ex-vereador foi morto na BR-262, depois de ter saído do almoço de confraternização pelo aniversário de 59 anos da cidade (Foto: reprodução / rede social) 
O ex-vereador foi morto na BR-262, depois de ter saído do almoço de confraternização pelo aniversário de 59 anos da cidade (Foto: reprodução / rede social)

O ex-vereador Wander Alves Meleiro, o Dinho Vital, de 40 anos, foi morto com dois tiros disparados pelos policiais militares Valdeci Alexandre da Silva Ricardo e o cabo Bruno César Malheiros dos Santos. Um dos disparos foi pelas costas que transfixou o peito e o outro na barriga, que pegou superficialmente na pele e saiu próximo ao umbigo, conforme apurado pela reportagem. Os PMs alegam que atiraram contra Dinho para se defender em troca de tiros.

O ex-vereador foi morto na quarta-feira (8), na BR-262, depois de ter saído do almoço de confraternização pelo aniversário de 59 anos de Anastácio, realizado na Chácara do Gaúcho, perto da rodovia. O evento é realizado tradicionalmente após o desfile, reunindo políticos do município. Este ano, vários pré-candidatos à prefeitura e à Casa de Leis estavam presentes.

Na festa, Dinho bateu boca e tentou atacar Douglas Figueiredo (PSDB), ex-prefeito da cidade que teria sido anunciado como pré-candidato com apoio do também tucano Nildo Alves, atual prefeito da cidade. O ex-vereador tentou atacar o rival, mas apanhou, foi contido e retirado do local. Depois, segundo testemunhas, voltou armado.

Em depoimento, o sargento e o cabo disseram ter testemunhado a briga entre Dinho e Douglas e que estão entre as pessoas que tentaram acalmar os ânimos. Relataram também que ouviram sobre ameaças de morte feitas pelo ex-vereador ao ex-prefeito e contaram que Douglas não estava mais na chácara quando Dinho voltou armado. Os dois policiais resolveram fazer abordagem, quando o ex-vereador empunhou a arma para eles e os dois “revidaram”.

Faixa afixada na Câmara Municipal, durante o velório, pedia por justiça (Foto: Henrique Kawaminami)
Faixa afixada na Câmara Municipal, durante o velório, pedia por justiça (Foto: Henrique Kawaminami)

Ontem, a assessoria da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul), informou por meio de nota, que os policiais só atiraram depois de ordenaram ao ex-vereador colocar a arma no chão, mesmo assim ele não acatou a ordem legal dos PMs e, com arma em punho, partiu em direção aos policiais, “diante do risco de vida dos policiais e de terceiros, eles efetuaram disparos contra o homem armado.

Indagado, o tenente-coronel Carlos Magno, comandante do 7º Batalhão da PM, que faz a segurança de Aquidauana, Anastácio e região, disse que a informação de que o tiro foi disparado pelas costas não procede. Ainda conforme a polícia, os procedimentos legais foram tomados e a ação será investigada por meio de um inquérito Policial Militar.

No velório de Dinho, na Câmara Municipal, Mary Beltrão, viúva do ex-vereador disse que o marido não revidou aos tiros disparados às margens da rodovia. “Ele nem teve tempo de atirar, não saiu nenhum disparo da arma dele”, afirmou.

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