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Interior

Após ataques e mortes, policiais pedem transferência de Pedro Juan Caballero

Afirmação foi feita pelo governador do Departamento de Amambay, cuja capital é a cidade onde Jorge Rafaat foi morto semana passada

Helio de Freitas, de Dourados | 20/06/2016 10:16
Pedro Ramirez disse que polícia não tem estrutura para enfrentar bandidos (Foto: Jornal O Liberdade)
Pedro Ramirez disse que polícia não tem estrutura para enfrentar bandidos (Foto: Jornal O Liberdade)

O governador de Amambay, Pedro Gonzalez Ramirez, disse que o departamento, que no Paraguai é equivalente aos estados brasileiros, está em “pobreza total” em estrutura policial para fazer frente ao poder de fogo dos bandidos que dominam a fronteira com o Brasil.

“Estamos mal aqui porque até hoje nenhuma medida foi tomada”, afirmou Ramirez ao jornal ABC Color sobre a situação na cidade de Pedro Juan Caballero, vizinha de Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande.

O político paraguaio disse que a situação é de pânico em Pedro Juan Caballero, a capital de Amambay e onde o chefe do narcotráfico Jorge Raaat Toumani foi executado na quarta-feira (15) à noite em uma ação cinematográfica que envolveu pelo menos cem pistoleiros e até o uso de uma metralhadora antiaérea para furar a blindagem do carro do “barão” do crime.

Segundo Pedro Gonzalez Ramirez, os policiais de Pedro Juan Caballero não estão equipados nem treinados para lidar com essa situação de guerra. Sem contar até mesmo com coletes a prova de bala, muitos agentes estão pedindo transferência para outras unidades, segundo o governador.

“Não se pode mais estar na rua porque não sabemos de onde os tiros estão chegando”, afirmou Ramirez. Na entrevista ao jornal paraguaio, o governador questiona o modus operandi das autoridades e suspeita da seriedade dos governantes nacionais.

“Os bandidos continuam andando pelas ruas, sem problema e o pior é que a aplicação da lei não pode ser feita porque o alto poder de fogo e armas que eles têm são impressionantes”, afirmou Ramirez, que criticou o ministro do Interior Francisco de Vargas.

“A situação é de pânico aqui. Para fazer alguma coisa tem que vir de pessoas especializadas, inclusive do Brasil, para trabalhar em conjunto”, afirmou o governador de Amambay.

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