Com chuvarada, caramujo vira “praga” e ajuda a aumentar surto de dengue
Larvas do mosquito Aedes aegypti são encontradas na concha de caramujos africanos que infestam quintais em Dourados
O caramujo de origem africana também virou uma praga em Dourados, a 233 km de Campo Grande. Depois que criações do bicho foram abandonadas pelos proprietários por não serem escargot, como se acreditava, o caramujo virou “praga” e atualmente há quintais infestados em quase todos os bairros da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul.
A coordenadora do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), Rosana Alexandre da Silva, disse que se não bastasse o risco que o animal representa para a saúde humana, agora o caramujo está contribuindo também com a infestação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, febre chikungunya e zica vírus. A concha dos animais mortos se transforma em criadouro, onde o mosquito deposita os ovos.
“Já encontramos focos do mosquito da dengue nessas conchas e mais uma vez precisamos do apoio da população para evitar esse problema”, afirmou a bióloga ao Campo Grande News.
Promessa de lucro fácil – Segundo Rosana da Silva, a infestação de caramujos em Dourados começou há vários anos, depois que criadores de escargot abandonaram a criação por descobrirem que tinham caído “no conto do vigário”. Iludidos de que teriam lucro maior e mais rápido, muitos douradenses investiram na produção, mas o caramujo africano não é comestível e os animais foram simplesmente deixados de lado.
Rosana disse que nesta época do ano, de muita chuva, é propícia para o aumento da infestação de caramujo. Em várias parte da cidade o bicho é visto em calçadas e muros de residências, principalmente de terrenos baldios.
“O caramujo gosta de muita umidade e pouca luz. Quintais com grande concentração de folhas e frutas em decomposição são os ambientes ideais para esse tipo de animal. Os ovos ficam na terra e quando chove os bichos aparecem”, explicou Rosana.
Segundo ela, a melhor forma de controle é catar os animais manualmente, com o uso de uma pá ou com luvas nas mãos, colocar em um balde com água e um pouco de água sanitária e depois destinar à coleta de lixo. “Não recomendamos jogar sal nem usar lesmicidas que são encontrados em algumas lojas. A forma mais eficaz de controle é a catação manual e o destino dos caramujos com a concha para o lixo que é coletado diariamente”.