Comunidade celebra Iemanjá e critica descaso do poder público em Corumbá
Na noite desta segunda-feira (30), cerca de 2.500 pessoas se reuniram na Prainha do Porto Geral
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Aproximadamente 2.500 pessoas celebraram Iemanjá na Prainha do Porto Geral de Corumbá, porém a festa foi marcada pela falta de apoio da prefeitura, que deixou a desejar em estrutura, iluminação e segurança, diferentemente de anos anteriores. Lideranças religiosas expressaram indignação com o descaso, contrastando com a forte devoção demonstrada pelos presentes que mantiveram a tradição de homenagear a Rainha do Mar com oferendas e cânticos. A prefeitura não se manifestou sobre a ausência de apoio.
Na noite desta segunda-feira (30), cerca de 2.500 pessoas se reuniram na Prainha do Porto Geral de Corumbá para celebrar Iemanjá, a Rainha do Mar, em um evento marcado tanto pela devoção quanto pela insatisfação com o descaso do poder público.
Diferentemente de anos anteriores, os devotos reclamam que a celebração não contou com nenhum apoio por parte da Prefeitura, como a instalação de uma estrutura onde ficava a imagem de Iemanjá às margens do rio, iluminação adequada ou serviços básicos de segurança e saúde.
Pai Robson de Ogum, da Casa Ilê Axé Ogum Jaloya, uma das lideranças mais conhecidas da cidade, expressou sua indignação com a ausência de estrutura no evento. “É uma tradição nossa de muitos e muitos anos. Eu nasci dentro da religião e sempre praticamos esse ato religioso aqui em Corumbá. Infelizmente, esse ano deixou a desejar. Foi um desrespeito total com os povos de matrizes africanas, sem iluminação, sem estrutura, e se houvesse algum acidente, nós iríamos recorrer a quem?”, questionou.
Ele também relembrou gestões anteriores que forneciam areia para melhorar a prainha, iluminação, ambulâncias e apoio da polícia. “Esse evento não é só de Corumbá, atrai gente de Campo Grande, de outros estados e até de fora do país. Virou uma tradição, mas falta respeito por parte das autoridades.”
Apesar das dificuldades, os integrantes das comunidades tradicionais de Umbanda e Candomblé mantiveram a tradição secular de louvar Iemanjá, deusa das águas e da fertilidade. Ao som dos atabaques, caboclos, pretos velhos e orixás receberam as homenagens e oferendas dos devotos. Longas filas se formaram na prainha com simpatizantes que buscavam tomar passes, pedir bênçãos e agradecer pelas graças alcançadas em 2024.
Questionada pelo Campo Grande News sobre a ausência de estrutura para o evento, a Prefeitura de Corumbá não respondeu até o fechamento desta matéria.
Quem é Iemanjá? - Iemanjá, conhecida como a Rainha das Águas, Mares e Oceanos, é uma das principais orixás das religiões afro-brasileiras, como o Candomblé e a Umbanda. Seu nome, originado da cultura Yorubá, significa “Mãe cujos filhos são como peixes”, simbolizando fertilidade, proteção e a força feminina.
Todos os anos, especialmente no dia 2 de fevereiro, ela é celebrada em praias, rios e mares, onde devotos de todas as idades oferecem flores, perfumes, espelhos e pequenos barcos. As oferendas são um ato de fé e gratidão, além de simbolizarem pedidos por proteção, abundância e renovados ciclos de vida.
A figura de Iemanjá transcende as práticas religiosas, estando presente na arte, na música e na cultura brasileira como um símbolo de resistência, beleza e devoção espiritual.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.