ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  23    CAMPO GRANDE 32º

Interior

Depois de castigo, ex-secretário de Saúde vai para raio com 750 presos

Renato Vidigal passou dez dias isolado depois de ser flagrado com celular, perdeu regalias e vai dividir cela com outros presos

De Dourados | 24/12/2019 10:59
O médico Renato Vidigal está preso desde novembro acusado de comandar esquema de corrupção na prefeitura (Foto: Divulgação)
O médico Renato Vidigal está preso desde novembro acusado de comandar esquema de corrupção na prefeitura (Foto: Divulgação)

Depois de dez dias isolado por ser flagrado com celular, o médico e ex-secretário de Saúde Renato Oliveira Garcez Vidigal deixou ontem (23) a cela disciplinar da Penitenciária Estadual de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande.

Além do castigo na cela de disciplina, onde ficou sem receber visita, Vidigal perdeu regalias. Até o dia 11 deste mês, quando foi flagrado com celular escondido na caixa usada para guardas as roupas, o médico estava no setor conhecido como “capela”, sozinho em uma sala.

Nesta segunda-feira, depois de ser retirado da cela disciplinar, ele foi levado para a cela 89 do raio I, conhecido como “raio dos trabalhadores”, onde vai passar o Natal.

A reportagem apurou que em média a cela tem doze presos. Foi nessa cela que ficaram os vereadores Pedro Pepa (DEM) e Cirilo Ramão (MDB), presos na PED por alguns dias, em dezembro do ano passado.

Nesse setor, os presos ficam soltos durante todo dia tomando banho de sol e trabalhando pelos corredores da penitenciaria. O raio I tem pelo menos 750 presos. A PED é a maior penitenciária de Mato Grosso do Sul, com pelo menos 2.600 presidiários.

Secretário de Saúde de janeiro de 2017 a janeiro deste ano, Renato Vidigal foi preso pela Polícia Federal na segunda fase da Operação Purificação, no dia 6 de novembro. O ex-diretor financeiro da secretaria, Raphael Henrique Torraca Augusto, o “Pardal”, também está preso.

Os dois são acusados de desvio de pelo menos R$ 530 mil de verba da saúde através da empresa Marmiquente, que fornecia alimentação para a Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde). Segundo a denúncia do Ministério Público, já aceita pela Justiça Federal, Vidigal e Pardal eram os verdadeiros donos da Marmiquente.

Na semana passada, o ministro Nefi Cordeiro, relator da 6ª Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça), negou o pedido de liberdade ao ex-secretário de Saúde. A defesa tentou reverter decisão do desembargador Fausto De Sanctis, relator da 11ª Turma do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) que no dia 26 de novembro havia negado liminar para soltar o médico.

O pedido habeas corpus ainda será julgado pela 11ª Turma do TRF. O caso está concluso para decisão, segundo o sistema de busca processual do Tribunal.

Nos siga no Google Notícias