Em frente à pintura encenando ataque da PM, conselheira fala a indígenas
Subsecretária-geral da ONU Alice Wairimu Nderitu foi recebida por indígenas em Guapoy
A subsecretária-geral das Nações Unidas Alice Wairimu Nderitu foi recebida com danças e rezas pela comunidade da terra indígena Guapoy, no município de Amambai, na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.
Em missão ao Brasil para apurar indícios de genocídio contra povos indígenas e comunidade afro-brasileira, a conselheira, de origem queniana, falou aos guarani-kaiowá de Guapoy em frente a um painel na parede do armazém de grãos da Fazenda Bordas da Mata, ocupada pelos indígenas desde junho do ano passado.
O desenho tem helicóptero sobrevoando a área e policiais atirando em direção aos nativos (veja o vídeo acima). A imagem ilustra o confronto entre indígenas e policiais da Tropa de Choque da PM, ocorrido no dia 24 de junho do ano passado.
Os guarani-kaiowá chamam o caso de “Massacre de Guapoy”. Oito indígenas ficaram feridos a tiros e Vitor Fernades, 42, foi morto. O corpo dele está enterrado dentro da fazenda. A polícia alegou que três PMs ficaram feridos. A ação ocorreu sem mandado de reintegração de posse.
Além de Guapoy, a conselheira deve percorrer o tekoha Guyraroka, em Caarapó, e áreas de retomada em Dourados. A agenda de Alice Wairimu Nderitu não foi informada aos jornalistas. Na sexta-feira (12), ela concede entrevista coletiva online, no Rio de Janeiro.