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Interior

Família quer justiça e cobra investigação da causa da morte de filha aos 4 meses

Pais suspeitam que vacinas recebidas pela criança tenham causado sua morte; laudos saem em 30 dias

Lucia Morel | 02/02/2022 15:59
Tamires com os pais e a irmã, em foto tirada no Ano-Novo. (Foto: Arquivo Pessoal)
Tamires com os pais e a irmã, em foto tirada no Ano-Novo. (Foto: Arquivo Pessoal)

Aos 49 anos, Ronaldo Evangelista Leite dos Santos recebeu a primeira filha nos braços e “assim como ela veio, ela foi”, disse ele ao Campo Grande News por telefone esta tarde. A pequena Tamires Vitória morreu na madrugada do dia 28 de janeiro, em Três Lagoas e ainda não há certeza da causa. Pais suspeitam que tenha sido alguma reação à vacinação.

A família desconfia que a menina teve algum efeito colateral decorrente de vacinas que ela recebeu no dia anterior, entre elas, a de poliomielite. “Depois de ir no posto para dar vacina pra bebê, minha mulher foi pra casa da irmã dela a pé e viu que as duas perninhas dela estavam sangrando”, contou o pai.

Depois disso, já em casa, a criança apresentou febre, tomou antitérmico e acabou ficando um pouco desanimada, mas os pais acharam que era normal. Todos na casa foram dormir por volta das 22h30 e entre 3h30 e 4h, a mãe, Josiane Aparecida da Silva, de 34 anos, acordou para amamentar a filha quando viu ela sangrando pela boca e pelo nariz e desacordada.

Tamires em imagem recente. (Foto: Arquivo Pessoal)
Tamires em imagem recente. (Foto: Arquivo Pessoal)

No posto de saúde, segundo os pais, ouviram dos profissionais que atenderam Tamires naquela madrugada, que ela chegou a ser reanimada, após diversas tentativas, mas sofreu uma parada cardiorrespiratória e faleceu. “Para mim, aqui em casa ela já tinha morrido, porque o coração dela não batia”, disse o pai, em tom de lamento.

Josiane não quis falar com a reportagem e segundo Ronaldo, está sobrevivendo à base de calmantes nos últimos dias. “Temos que esperar, que aguardar, mas pra mim que foi algum problema com a vacina”, afirmou o pai. No entanto, ele pondera que a filha já havia sido vacinada com outras doses anteriormente, mas que não tinha havido nenhum tipo de intercorrência.

Para ele, a única forma da família se tranquilizar e “sossegar” vai ser ao saber o real motivo da morte de Tamires, já que no atestado de óbito, foi registrado como “indeterminado”.

Ronaldo finaliza lembrando que a filha era ativa, saudável e que já havia passado por todos os testes – do pezinho ao ouvido – e que nada anormal havia sido detectado até então. “Ela foi bem cuidada desde a barriga da mãe dela, fez o pré-natal certinho, nasceu com quase 4 kg”, disse.

A gente quer justiça, saber do que minha filha morreu. Nada vai trazer minha filha de volta, mas a gente vai ficar mais tranquilo sabendo de verdade por que ela morreu”, sustenta, enfatizando que “nossos corações estão desesperados”.

A Polícia Civil em Três Lagoas informou que mantém as investigações e que os laudos que devem atestar a real causa da morte devem sair em 30 dias. A princípio, não será necessário exumar o corpo da bebê.

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