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Interior

Fazendas de “Barão das Drogas” tinham pistas de pouso e até capela no morro

Patrimônio de sul-mato-grossense é maior já confiscado no Paraguai e supera o de “Cabeça Branca”

Helio de Freitas, de Dourados | 12/07/2023 17:46


Fazendas com pistas de pouso, hangares e até com uma capela construída no topo do morro fazem parte da lista de 12 propriedades pertencentes ao narcotraficante sul-mato-grossense Jarvis Gimenes Pavão, conhecido como “Barão das Drogas”, confiscadas ontem (11) no âmbito da Operação Pavo Real Paraguai. A ação é desdobramento de operação com mesmo nome, que já teve três fases no Brasil.

O patrimônio confiscado de Jarvis Pavão no Paraguai é o maior da história e supera até mesmo os bens tomados de outro mega traficante, Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”, que teve seis fazendas confiscadas em território paraguaio.

As propriedades passaram oficialmente para o controle da Senabico (Secretaria Nacional de Administração de Bens Apreendidos e Perdidos), órgão do governo paraguaio responsável pela administração de patrimônios confiscados do crime organizado.

Em entrevista nesta quarta-feira, a ministra Teresa Rojas, disse que apenas uma das fazendas possui pelo menos mil cabeças de bois, mas as outras têm poucos animais e maquinário agrícola. Segundo ela, as propriedades estão praticamente abandonadas.

As fazendas confiscadas ficam nos departamentos (equivalentes a estados) de Amambay e Concepción, na fronteira com Mato Grosso do Sul. São elas: Cristo Rey, Ramonita Pavão, Villa Roma, Negla Poty, Pindura, Corralito, Confinamiento, Salmo 23, Iglesinha, Jaragua, Maria Cristina e Jandira. Juntas, valem pelo menos 150 milhões de dólares.

Na Fazenda Cristo Rey, em Amambay, os agentes federais se surpreenderam com uma capela, construída no topo de um morro, em local isolado da propriedade. A “capillita”, segundo a imprensa paraguaia, era local particular de orações. O acesso era feito através de escadaria de concreto com corrimão, pintados de azul (veja as imagens acima).

Uma das propriedades do Clã Pavão, confiscada no Paraguai (Foto: Divulgação)
Uma das propriedades do Clã Pavão, confiscada no Paraguai (Foto: Divulgação)

Família foragida – Além do confisco das fazendas, a Pavo Real prendeu 12 pessoas acusadas de integrar a rede de lavagem do dinheiro oriundo do tráfico de cocaína. Entre elas estão administradores das empresas do Clã Pavão e advogados ligados ao esquema. Um deles é Daniel Montenegro Menezes, 51, marido da promotora de Justiça do Paraguai Katia Uemura.

Outras 29 pessoas também foram denunciadas e são consideradas foragidas. Oito têm laços familiares com Jarvis Pavão: a esposa Tallessa Ariany Santos da Silva Pavão; a mãe Nair Gimenes; o marido dela Paulo Larson Dias; o irmão por parte de mãe Alexandre Rodrigo Gimenes Larson; o filho e sucessor nos negócios Luan Nascimento Pavão; a filha do primeiro casamento Suellen Monique Martinez Pavão; o marido dela Juan Leandro Marques Alvarenga e a ex-cunhada Rosely Messias da Silva Pavão, viúva do irmão de Jarvis, Rony Gimenes Pavão, executado março de 2017 em Ponta Porã.

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