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Interior

Filha e amante são presos por assassinato de idoso

Irene Márcia Teodoro e o militar Adaias Silva planejaram latrocínio para ficar com cofre, apurou a polícia

Adriano Fernandes e Helio de Freitas | 03/09/2021 23:23
Coletes camuflados e arma usados pelos criminosos no latrocínio. (Foto: Adilson Domingos)
Coletes camuflados e arma usados pelos criminosos no latrocínio. (Foto: Adilson Domingos)

Traição, mentiras e morte. Investigação da Polícia Civil apontou que a execução do produtor rural Ireno Dias dos Santos, de 70 anos, ocorrida na noite desta segunda-feira (30), em Dourados, tem enredo de novela com o envolvimento da própria filha da vítima e do seu amante.

Irene Márcia Teodoro dos Santos Alencar e o militar do exército Adaias Oliveira Silva, de 30 anos, foram presos nesta sexta-feira (3) pela Polícia Civil. Pelo menos outros dois envolvidos no latrocínio (roubo seguido de morte) estão sendo procurados pelas equipes do SIG (Setor de Investigações Gerais) de Dourados.

As suspeitas da polícia sobre a suposta participação de algum conhecido da vítima, surgiu diante das próprias circunstâncias do crime. Apenas os familiares sabiam onde ficava o cofre com cerca de R$ 200 mil, que foi levado pelos assaltantes, após o assassinato do idoso. Parentes e até desafetos do idoso foram intimados para depor, mas apenas Irene entrou em contradição durante os interrogatórios, conforme apurado pelo Campo Grande News.

Pistola usada no crime. (Foto: Adilson Domingos)
Pistola usada no crime. (Foto: Adilson Domingos)

Ao ser questionada sobre onde estava na noite do latrocínio, uma vez que os seus familiares tiveram dificuldade em encontrá-la para informá-la do assassinato, Irene disse que estava na casa de uma amiga. A colega da suspeita foi ouvida, mas ela negou a história e disse que Irene havia pedido para ela mentir à polícia porque, na verdade, teria passado a noite em um motel com o amante.

O suposto amante, que seria funcionário em uma casa de carnes em Dourados, também foi ouvido pela polícia, mas comprovou que não via a mulher há mais de dois meses. Foi então que os investigadores descobriram que Adaias é quem era o verdadeiro amante de Irene.

Cabo da reserva do Exército Brasileiro ele, inclusive, era colega de trabalho de Irene e CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Atirador), apontou a investigação. Diante da suspeita de seu envolvimento no crime, ele foi abordado por volta das 11h desta sexta-feira (3), em seu trabalho, quando foi flagrado armado com uma pistola 9 milímetros, municiada, mesmo calibre dos tiros que atingiram o idoso.

Ele acabou sendo encaminhado à delegacia por porte ilegal de arma, mas na unidade, os investigadores apuraram que a pistola tinha exatamente as mesmas características da que foi usada no crime. A confirmação ocorreu com base no depoimento do neto da vítima, de 10 anos, que é filho de Irene e foi feito refém durante o crime. O garoto informou que a pistola usada por um dos criminosos tinha três pontos de miras na cor verde, igual a do militar.

Veículo do militar sendo periciado nesta noite. (Foto: Adilson Domingos)
Veículo do militar sendo periciado nesta noite. (Foto: Adilson Domingos)

O neto também disse que o suspeito estava com roupa camuflada do Exército e coletes à prova de balas, semelhante as vestimentas militares que foram encontradas na casa do cabo. Assim como o de Irene, o celular de Adaias também havia sido formatado recentemente, com o objetivo de apagar os dados e conversas por aplicativo dos últimos dias. No porta-malas do carro do suspeito, os policiais também encontraram amassados, compatíveis com o transporte do cofre.

"Ganância" - Diante dos indícios e após consultar um advogado, o militar confessou que era amante da mulher e deu detalhes da sua participação no crime. Irene acompanhou o militar e os outros dois criminosos na noite do crime.

De dentro do veículo, ela presenciou o momento em que o amante segurou o seu filho do lado de fora da casa, enquanto os outros suspeitos abordavam a vítima dentro da residência. Durante o assalto, o idoso reagiu e acabou morto a tiros.

A principal suspeita da polícia é de que o crime tenha sido motivado por pura ambição. “Foi ganância. Não sabemos se ela estava mantendo esse amante, sustentando ele, mas o resultado acabou sendo o latrocínio”, comentou o delegado Erasmo Cubas, chefe do SIG (Setor de Investigações Gerais), em Dourados, responsável pela investigação.

Parte do dinheiro roubado esta em uma conta do militar e a polícia ainda tenta descobrir o paradeiro do restante. A arma e o veículo Argo do militar, que foi utilizado no crime, já foram apreendidos e passaram por perícia nesta noite. Irene e Adaias já tiveram a prisão preventiva decretada e estão detidos na delegacia do SIG de Dourados.

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