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Geada prevista para semana que vem é rara em maio e pode afetar lavoura

Segundo a Embrapa, desde 1980, apenas sete dias de maio tiveram temperatura abaixo de 4 graus em Dourados

Helio de Freitas, de Dourados | 12/05/2022 09:16
Gramado de parque coberto pela geada do dia 30 de junho do ano passado em Dourados. (Foto: Helio de Freitas)
Gramado de parque coberto pela geada do dia 30 de junho do ano passado em Dourados. (Foto: Helio de Freitas)

O friozão esperado para a semana que vem em boa parte de Mato Grosso do Sul tem previsão até de formação de geada em municípios da região sul, incluindo Dourados. Se acontecer, será fato raro e poderá trazer risco para lavouras de milho.

Segundo dados do Guia Clima da Embrapa Agropecuária Oeste, serviço criado em 1981, nos últimos 41 anos, só teve geada no mês de maio em Dourados em 1986 (4ºC no dia 31), 1988 (3,7 no dia 31), 1990 (3,2 no dia 19 e 3,0 no dia 23), 1999 (3,9 no dia 21) e 2007 (3,8 no dia 25 e 3,9 no dia 30).

Previsão atualizada da empresa Climatempo indica uma semana de frio intenso na região de Dourados a partir de terça-feira (17). Nesse dia, a mínima prevista é de 7 graus e a máxima de 19. Para quarta e quinta, a mínima esperada é de 4 graus e máxima de 17 e 20 graus, respectivamente.

A Climatempo prevê mínimas de 5 graus e máxima de 21 na sexta-feira e no sábado e queda ainda mais acentuada no domingo (22), com mínima prevista de 3 graus e máxima de 21. A previsão aponta temperaturas mínimas abaixo de 8 até o dia 23 de maio.

Carlos Ricardo Fietz, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, informou ao Campo Grande News que se a previsão de 4 graus para quarta se confirmar, há risco de geada de intensidade fraca nas baixadas.

“Geadas em maio são raras em Dourados. Com base no nosso banco de dados (41 anos), metade das geadas ocorre em julho, 25% em junho e 15% em agosto. Em maio, menos de 5%”, afirmou o pesquisador.

Segundo Ricardo Fietz, é importante destacar, até para não assustar a população, que temperaturas mínimas próximas de 4 graus trazem risco de formação de geada fraca, localizada geralmente em baixadas. “Com mínimas próximas de 1 grau a situação complica, pois forma geada de intensidade forte, que é abrangente.”

Na avaliação do pesquisador, o frio previsto para a semana que vem não deve trazer risco para as lavouras de milho, que estão se desenvolvendo bem, com condições ideais de umidade. Entretanto, se a geada for mais forte, há risco de prejuízo.

“Tem muito milho na fase reprodutiva, pendoando, muito sensível a geadas. O milho plantado cedo, no início de fevereiro, por exemplo, já está com os grãos duros e não corre mais risco. Vamos torcer para que a mínima fique próxima a 4 graus mesmo”, afirmou.

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