Hospital militar de Assunção recusa brasileiro que matou Jorge Rafaat
Sergio Lima dos Santos, integrante do Comando Vermelho e recrutado pelo PCC, manuseou metralhadora usada no ataque a narcotraficante; ontem ele fez pose para foto
A direção do hospital militar de Assunção, no Paraguai, recusou receber o brasileiro Sergio Lima dos Santos, 42, que manuseou a metralhadora antiaérea calibre 50, usada para matar o narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, no dia 15 deste mês em Pedro Juan Caballero.
Por medida de segurança, já que existe temor de uma tentativa de resgate, a Polícia Nacional e o Ministério Público paraguaios tentaram transferi-lo do hospital de Fernando de la Mora, mas a direção da unidade militar recusou o paciente.
O Campo Grande News apurou que outras tentativas estão sendo feitas hoje, mas até agora nenhum outro hospital aceitou o paciente. Baleado durante o ataque por seguranças do narcotraficante – conhecido na fronteira como Saddam e que comandava o fornecimento de drogas para o Brasil – o ex-soldado do Exército brasileiro que está consciente e se recupera bem dos ferimentos.
Abandonado em um hospital de Pedro Juan Caballero após receber os primeiros socorros – situação que está sendo investigada pela polícia paraguaia, que tenta descobrir quem o atendeu depois do ataque a Rafaat – Sergio foi levado para a região metropolitana da capital e está sob custódia de homens da Polícia Nacional do país vizinho.
Ontem ele fotografado na cama do hospital, possivelmente por um funcionário do local. Mesmo entubado e algemado na cama, o pistoleiro fez sinal de positivo quando viu que estava sendo fotografado.
Na quinta-feira passada, o pistoleiro tentou fugir do hospital usando uma medalha da Virgem Maria para abrir a algema que o prende na cama. Os policiais que fazem a vigilância no local perceberam e evitaram a fuga.
Consórcio criminoso – Policiais paraguaios investigam indícios de que as facções criminosas brasileiras PCC (Primeiro Comando da Capital) e Comando Vermelho se associaram ao traficante paraguaio Jarvis Chimenes Pavão, preso há seis anos, para eliminar Jorge Rafaat.
Sérgio de Souza seria ligado ao Comando Vermelho e teria sido recrutado para manusear a metralhadora, já que tem conhecimentos bélicos adquiridos no período em que foi soldado do Exército.