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Interior

Irmão de ex-vereador mostra tiros e contesta PMs: "E dizem que não foi execução"

Em vídeo, Wagner Meleiro mostra sete disparos que acertaram veículo conduzido por Dinho Vital

Por Gustavo Bonotto | 18/05/2024 20:35

O irmão de Wander Alves Meleiro, o "Dinho Vital", contestou a informação de que o político trocou tiros com os policiais na ocasião que resultou em sua morte, no fim da tarde de 8 de maio. Em vídeo encaminhado ao Campo Grande News, o empresário Wagner Meleiro mostrou que sete disparos atingiram a parte traseira do veículo do ex-vereador de Anastácio.

Na mídia, que pode ser vista acima, o familiar do ex-parlamentar discorda da justificativa apresentada à imprensa de que houve um conflito armado. "Com todo o treinamento que a polícia tem, são necessários sete disparos para desarmar uma pessoa? E ainda dizem que não foi uma execução. Depois alegam que meu irmão estava transtornado, louco ou tomado pelo ódio. É uma vergonha", diz Wagner.

Para a reportagem, o empresário revelou que o material gravado foi fundamentado após o recebimento de uma mensagem de áudio. "Eu não ia gravar esse vídeo. Um dos policiais relatou que estava à base de remédios, e que só fez o que fez por conta do transtorno do meu irmão e que o Dinho poderia ter matado ele. Quando ouvi, me deu até pena. Será que foi isso que aconteceu mesmo?".

Wagner pontuou que o vídeo foi gravado no dia 10 de maio, dois dias depois da morte de Dinho. "Quando vi o carro, fiquei indignado. Alguém quase me convenceu de algo que não é fato. Ninguém desarma alguém com esse tanto de tiro que pegou no carro. Um deles chegou a acertar o painel, na parte interna do veículo".

A picape, uma Fiat Toro de cor preta, está em posse da família, em uma garagem particular e deve passar por perícia nos próximos dias. "A gente entende que não foi uma ação de legítima defesa como alegam. Parece algo orquestrado para ceifar a vida do meu irmão", finalizou o empresário.

Histórico - O ex-vereador foi morto na BR-262, depois de ter saído do almoço de confraternização pelo aniversário de 59 anos de Anastácio, realizado na Chácara do Gaúcho, perto da rodovia. O evento é realizado tradicionalmente após o desfile, reunindo políticos do município. Este ano, vários pré-candidatos à prefeitura e à Casa de Leis estavam presentes.

Segundo testemunhas, Dinho se desentendeu com Douglas Figueiredo (PSDB), ex-prefeito da cidade que teria sido anunciado como pré-candidato com apoio do também tucano Nildo Alves, atual prefeito de Anastácio. O ex-vereador tentou atacar o rival, mas apanhou, foi contido e retirado do local. Ele teria voltado até o local, em posse de uma arma, minutos depois.

À época dos fatos, o tenente-coronel e comandante do 7º Batalhão da Polícia Militar, Carlos Magno, havia dito que dois policiais resolveram fazer abordagem, quando Dinho  empunhou a arma para eles. O sargento Valdeci Alexandre da Silva Ricardo, de 41 anos, e o cabo Bruno César Malheiros dos Santos, 33 de idade, se apresentaram à delegacia nesta sexta-feira (17), após se tornarem alvo de operação deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).

Além dos dois mandados de prisão, foram cumpridos três ordens de busca e apreensão, nas casas dos PMs e do ex-prefeito de Anastácio, Douglas Figueiredo, que foi levado à delegacia por posse ilegal de armas de fogo. Ele deixou a prisão mediante pagamento de fiança, estipulada em R$ 15 mil.

Por fim, o advogado Lucas Arguelho Rocha, representante dos PMs, disse que os clientes estão confiantes de que a verdade "vai prevalecer através de uma investigação isenta, tanto pelo Ministério Público quanto pela Corregedoria da Polícia Militar”. Ele informou ainda que prepara o pedido de habeas corpus.

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