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Interior

Juiz cobra explicações sobre falta de segurança externa em presídio

PM nega ter deixado vigilância, mas preso fugiu ontem da penitenciária de Dourados

Helio de Freitas, de Dourados | 07/12/2020 14:43
Imagem feita de helicóptero da PM sobre a PED, no começo deste ano (Foto: Divulgação)
Imagem feita de helicóptero da PM sobre a PED, no começo deste ano (Foto: Divulgação)

O juiz da Vara de Execuções Penais Eguiliell Ricardo da Silva quer providências do Estado sobre a falta de segurança externa na Penitenciária Estadual de Dourados, o maior de Mato Grosso do Sul com 2.700 presos e de onde um preso fugiu neste domingo (6).

Na semana passada a Polícia Militar retirou os policiais que ficavam nas torres de vigilância e apenas uma viatura foi escalada para fazer rondas em torno do presídio, serviço considerado insuficiente para cuidar de toda a parte externa das imensas muralhas da PED.

O Campo Grande News apurou que nesta segunda-feira (7) o magistrado mandou notificar a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), a Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública e a direção do presídio, cobrando explicações sobre a segurança da unidade e sobre a fuga.

Condenado a 13 anos por tráfico de drogas, Suail Nascimento Souza, 50, que também usa nome falso de Cláudio Pereira da Silva, alimentava os três cães da raça Rottweiler mantidos pela direção do presídio.

Ele aproveitou a “amizade” que mantinha com os animais para abrir buraco na muralha da penitenciária. O buraco foi feito justamente dentro de uma das casinhas dos cães, encostada no muro. Ontem cedo ele fugiu, mas a fuga só foi comunicada à Polícia Civil às 21h25.

O agente penitenciário que registrou a ocorrência informou que Suail aproveitou a falta de segurança externa no presídio, já que desde o dia 2 de dezembro a Polícia Militar abandonou as torres de vigilância.

PM nega - Entretanto, apesar de visível por todos que trabalham na PED, a Polícia Militar nega ter deixado a segurança externa. Em nota enviada ao Campo Grande News, a PM alega ter adotado medidas de “otimização dos recursos humanos e materiais”, com revezamento entre guarda fixa (policiamento nas torres) e rondas ostensivas no perímetro externo ao presídio, “inibindo assim a ação delituosa de criminosos, que arremessavam produtos ilícitos para dentro do estabelecimento penal”.

A nota continua: “A atuação da Polícia Militar nas guaritas dos presídios estaduais é contínua, porém subsidiária, em cumprimento ao disposto legal que prevê o órgão competente para tal finalidade”.

Segundo a PM, a utilização de outras modalidades de policiamento, além do fixo em postos de observação, proporciona mais segurança às margens dos presídios, “pois multiplicam os meios disponíveis, abrangendo a cobertura policial do local”.

“A PMMS atua de forma integrada com a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário para manutenção da ordem pública e paz dentro dos estabelecimentos prisionais de Mato Grosso do Sul”, afirma o Comando-Geral.

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