Maníaco da Cruz arrebenta janela e foge de Unei em Ponta Porã
Conhecido como Maníaco da Cruz, Dyonathan Celestrino, de 21 anos, fugiu da Unei (Unidade Educacional de Internação) de Ponta Porã. Desde 2008 ele estava no local por ter assassinado 3 pessoas em Rio Brilhante.
Funcionários perceberam a ausência do rapaz apenas na manhã de hoje, às 8h, ao fazer a revista. A última vistoria ocorreu ontem, às 18 horas e Dyonathan permanecia no local. Neste domingo, ao chegarem ao alojamento, os agentes viram a janela arrebentada.
Segundo eles, provavelmente o jovem conseguiu fugir usando apenas um cobertor. Como não há grades em Uneis aos moldes dos presídios, apenas a proteção de janelas comuns, um cobertor e um pedaço de madeira podem ter servido de torniquete.
Dyonathan completou 18 anos dentro da unidade. Os crimes em série foram cometidos por Dyonathan aos 16 anos, em Rio Brilhante, onde morava com a família.
Na época, ele confessou ter matado sozinho o pedreiro Catalino Cardena, 33 anos, em 24 de julho; a frentista Letícia das Neves, 22 anos, em 24 de agosto; e a estudante Gleice Kelly da Silva, 23 anos, no dia 7 de outubro, por considerar todos ateus. Depois de mortas, as vítimas eram deixadas em posição de crucificação. Por isso virou o "Maníaco da Cruz".
O inquérito mostrou que ele saiu outras 7 vezes disposto a matar pessoas que julgava terem vidas desregradas e só livrou da morte uma adolescente de 17 anos, que o convenceu de que era uma virgem. A família abandonou Rio Brilhante. A mãe passou a viver em Ponta Porã para ficar perto do filho.
Pela gravidade do caso, ele ficava sozinho no alojamento, mas a Unei tem hoje 36 internos no total.
O Estatudo da Criança e do Adolescente, determina tempo máximo para a internação em Uneis de três anos. O prazo venceu em outubro de 2011 e no ano passado, depois de ação da Defensoria Pública, a Justiça determinou a interdição de Dhionatan em um hospital psiquiátrico.
Ele é considerado perigoso ao ponto do Estado alegar que a presença do assassino nos hospitais psiquiátricos existentes em Mato Grosso do Sul significaria risco aos funcionários e aos demais internados. O argumento foi usado pelo governo na tentativa de evitar a transferência, mas o TJ manteve a internação compulsória.
Apesar da decisão de março de 2012, até agora ele continuava na Unei.