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Interior

Ministério solicita investigação "urgente" à PF sobre casa de reza incendiada

Local seria inaugurado em 14 de junho, como marco em memória ao assassinato do indígena Clodiodi Rodrigues

Por Mylena Fraiha | 26/02/2024 16:09
Chamas devoraram a estrutura da casa de reza, que seria inaugurada em 14 de junho (Foto: Reprodução/Instagram)
Chamas devoraram a estrutura da casa de reza, que seria inaugurada em 14 de junho (Foto: Reprodução/Instagram)

Após o ataque à casa de reza guarani-kaiowá em Caarapó, a 274 km da Capital, o Ministério dos Povos Indígenas protocolou um pedido de abertura urgente de investigação sobre o caso à Superintendência Regional da PF (Polícia Federal) no Mato Grosso do Sul.

O ofício foi assinado pelo diretor do Demed (Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários Indígenas), Marcos Kaingang, na última quinta-feira (22), um dia após o ataque.

No documento, o departamento, vinculado ao Ministério dos Povos Indígenas, solicitou à Superintendência Regional da Polícia Federal no Mato Grosso do Sul a abertura imediata de um processo investigatório e o envio de informações atualizadas sobre o caso.

Segundo o ofício, o Demed foi informado sobre o ataque, ocorrido na tarde do dia 21 de fevereiro de 2024, por meio de um aplicativo de mensagem eletrônica. Também relataram que membros da Aty Guasu informaram que lideranças vinham sofrendo ameaças de que a casa de reza seria incendiada.

Entenda - Conforme noticiado anteriormente, o incêndio foi divulgado na rede social pelo perfil Aty Guasu. “Oga pysy/Ogusu (Casa de Reza) já vinha sofrendo várias ameaças para ser queimado a duas semanas atrás, segundo testemunha já tinham tentado queimar pois não conseguiram (...) Não queimaram apenas a nossa casa sagrada, sim os nossos corpos, uma parte do povo Guarani Kaiowá”, diz a publicação.

O local seria inaugurado em 14 de junho, como marco em memória ao assassinato do agente de saúde Clodiodi Aquileu Rodrigues, que faleceu no mesmo dia, porém no ano de 2016.

De acordo com Nourivaldo Mendes, conhecido como Simão, as pessoas viram a movimentação de dois adolescentes e suspeitam que eles tenham provocado um curto-circuito.

“Só viram os dois moleques correndo. Não fizeram Boletim de Ocorrência porque não conseguiram identificar ninguém”, diz Nourivaldo. Ele mora em Caarapó, mas estava em Brasília para agendas em ministérios no momento do incêndio.

As terras onde o tekohá kunumi está situado compõem a antiga área Yvu, atualmente na portaria do “TI Dourados Amambai Peguá I”, e abrange os municípios de Caarapó, Laguna Carapã e Amambai.

Em 24 de novembro do ano passado, a ministra Sônia Guajajara participou de Aty Guasu, assembleia indígena, em Caarapó. Logo na chegada ao local, ela foi acolhida por mulheres e seguiram para a casa de reza, entoando orações.

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