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Interior

Mortes por gripe assustam moradores e espantam turistas em Corumbá

Aliny Mary Dias, enviada especial a Corumbá | 05/05/2014 14:45
Moradores estão assustados com casos de mortes por gripe (Foto: Cleber Gellio)
Moradores estão assustados com casos de mortes por gripe (Foto: Cleber Gellio)

As três mortes por gripe A, causada pelo vírus influenza H1N1, ocorridas este ano em Corumbá, a 444 quilômetros de Campo Grande, são responsáveis por um clima de medo e insegurança na cidade. Trabalhadores do setor do turismo também afirmam que a situação tem diminuído a quantidade de visitantes na cidade em 2014.

A primeira morte causada pela doença foi de uma mulher no dia 30 de janeiro. Nove dias depois, a mãe dela, de 61 anos, também morreu em decorrência da doença, no dia 8 de fevereiro. A terceira morte ocorreu no dia 24 de fevereiro, a vítima também era uma mulher

Mesmo com a situação controlada, segundo avaliação da prefeitura de Corumbá, a doença ainda é motivo da falta de sono de muitos moradores.

Rose Silva tem 49 anos e há décadas vive da venda de água de coco e bebidas em um trailer, situado no Porto Geral da cidade. Ela conta que há revolta por parte dos moradores em razão da vacina contra a gripe ser disponibilizada para crianças, gestantes e idosos.

Mototaxista afirma que situação é de medo (Foto: Cleber Gellio)
Mototaxista afirma que situação é de medo (Foto: Cleber Gellio)

“A gente sabe que é para o grupo de risco, mas acho que deviam investir e disponibilizar para a gente também. Afinal, já foram três mortes aqui e todos estão com medo”, explica a comerciante que recorreu ao álcool em gel para evitar o contato com o vírus.

No início do mês de março, depois da divulgação das mortes pela SES (Secretaria de Estado e Saúde), os corumbaenses lotaram farmácias e clínicas particulares para se imunizar contra a doença. O valor da dose que era em torno de R$ 60 saltou para R$ 100 em razão da procura.

Para quem tem contato com muita gente todos os dias, a preocupação é dobrada. O mototaxista Bartolomeu Ezequiel, 28, conta que não há como se previnir, já que o contato com os passageiros é frequente.

“A gente tem bastante medo, mas não tem o que fazer. Precisamos trabalhar e qualquer resfriado já deixa a gente bastante assustado”, diz.

O marinheiro Abel Silva, 45, diz que apesar de passar vários dias da semana em barcos guiando turistas, a preocupação existe. “Eu fico a maior parte do mês em viagens no barco, mas tenho medo dessa gripe e ninguém orientou a gente para tomar vacina até hoje”.

Marinheiro passa maior parte do tempo nos rios e não recebeu orientação por vacina (Foto: Cleber Gellio)
Marinheiro passa maior parte do tempo nos rios e não recebeu orientação por vacina (Foto: Cleber Gellio)

De acordo com o chefe de Imunização da Prefeitura de Corumbá, Vandrei Campos, foram disponibilizadas para a cidade 24,3 mil doses da vacina contra o vírus influenza. A vacinação que segue os parâmetros nacionais imuniza crianças, grávidas e idosos.

Em todo o Estado, a campanha vai até o próximo dia 9 de maio e o balanço parcial de imunizados na cidade está sendo feito pela Secretária de Saúde.

Turismo – O movimento de turistas na cidade branca, conforme relato de profissionais ligados ao setor, caiu nos últimos meses. Rose conta que houve uma preocupação das autoridades da cidade em não divulgar a causa das mortes antes do Carnaval, mas que agora o movimento na cidade está fraco.

“Eu sempre digo que nossa vida vale mais que qualquer festa. Nos últimos meses, a cidade está bastante parada, não vemos turistas como antes, principalmente os estrangeiros”, conta a mulher que se refere ao movimento do Festival América do Sul, realizado no último fim de semana na cidade.

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