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Interior

Operação identifica conluio entre Secretaria de Saúde e três empresas

Além de marmitaria, há indícios de favorecimento na contratação de transporte de pacientes e serviços de informática

Helio de Freitas, de Dourados | 06/11/2019 12:45
Delegados da PF e chefe da CGU durante entrevista coletiva para falar da operação (Foto: Adilson Domingos)
Delegados da PF e chefe da CGU durante entrevista coletiva para falar da operação (Foto: Adilson Domingos)

A segunda fase da Operação Purificação, deflagrada hoje (6) em Dourados, a 233 km de Campo Grande, investiga conluio na contratação de três empresas fornecedoras da Secretaria de Saúde da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul.

A fornecedora de marmita Marmiquente, a empresa de transporte Maranata, contratada para carregar pacientes, e a loja de serviços de informática cujo nome é desconhecido teriam sido favorecidas na contratação através de licitações suspeitas.

O ex-secretário de Saúde e atual coordenador do Samu (Serviço Móvel de Urgência) Renato Vidigal Garcez foi preso nesta quarta-feira em Dourados. Raphael Henrique Torraca Augusto, 36, o “Pardal”, diretor da Secretaria de Saúde no período em que Renato foi secretário, também teve a prisão preventiva decretada, mas não foi preso porque está em Florianópolis (SC).

A reportagem apurou que ele se mudou recentemente para a capital catarinense e deve se apresentar nas próximas horas na Delegacia da Polícia Federal em Dourados.

Os delegados da PF Denis Colares e Fabrício Martins Rocha e o superintendente da CGU (Controladoria Geral da União) em Mato Grosso do Sul Daniel Carlos Silveira concederam entrevista coletiva na Polícia Federal em Dourados para falar da operação.

Agentes da CGU e da PF deixam Secretaria de Saúde após buscas da segunda fase da Operação Purificação (Foto: Adilson Domingos)
Agentes da CGU e da PF deixam Secretaria de Saúde após buscas da segunda fase da Operação Purificação (Foto: Adilson Domingos)

Em sigilo – Como a investigação está em sigilo, eles não divulgaram nomes dos presos nem das empresas envolvidas. O Campo Grande News noticiou em primeira mão que o preso era Renato Vidigal e o outro implicado é Raphael Torraca.

Além da prisão de Renato Vidigal, a operação de hoje cumpriu sete mandados de busca em Dourados e um em Presidente Epitácio, interior de São Paulo. Entre os locais vasculhados em Dourados estavam a Secretaria de Saúde e o Samu (Serviço Móvel de Urgência). A PF apreendeu materiais, dois carros e R$ 8.860 em dinheiro. Três promotores de Justiça acompanharam as buscas.

“A operação visa o bem-estar de toda a região que depende da saúde pública”, afirmou Denis Colares, da PF em Dourados. Segundo ele, quando há direcionamento de licitação o prejuízo ao estado é automático, pois o montante pago pode ser muito maior que o valor real. O delegado não quis revelar, por causa do sigilo, se há prova de pagamento de propina pelas empresas aos investigados.

Marmita – Fiscalização da CGU descobriu ligação de Renato Vidigal e Raphael Torraca com a empresa Marmiquente Comércio de Bebidas e Alimentos Ltda., contratada por dispensa de licitação pela prefeitura por R$ 1,8 milhão para fornecer alimentação para a Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde), que administra o Hospital da Vida e a UPA (Unidade de Pronto Atendimento).

Segundo a Controladoria, o representante da Marmiquente Ronaldo Gonzales Menezes, o então secretário de Saúde Renato Vidigal e o então diretor da pasta Raphael Torraca foram sócios da empresa Safety Assessoria, Planejamento e Execução em Segurança Ltda., de 11 de dezembro de 2012 a 4 de dezembro de 2014. Ronaldo foi preso temporariamente na primeira fase da operação, em fevereiro deste ano.

Não há informações sobre o contrato entre a Secretaria de Saúde e empresa Maranata Transportes. No portal da transparência da prefeitura constam três pagamentos feitos neste ano pelo município à empresa, totalizando R$ 857,9 mil.

Veja o vídeo da entrevista coletiva sobre a segunda fase da Operação Purificação:

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