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Interior

Operação prende nove por tribunal do crime e visa enfraquecer PCC em MS

Renata Volpe Haddad | 16/12/2015 15:58
Estudante de 12 anos, foi morta com um tiro na cabeça em dezembro de 2014, pelo jovem que foi assassinado por membros do PCC. (Foto: Jornal do Povo)
Estudante de 12 anos, foi morta com um tiro na cabeça em dezembro de 2014, pelo jovem que foi assassinado por membros do PCC. (Foto: Jornal do Povo)

Um dos objetivos da operação Flegetonte, desencadeada nesta quarta-feira (16) em Três Lagoas, distante 338 km de Campo Grande, é enfraquecer a facção criminosa PCC (Primeiro Comanda da Capital) em Mato Grosso do Sul. A força-tarefa cumpriu hoje nove mandados de prisão preventiva expedidos contra membros do PCC que estão envolvidos na morte de um presidiário ocorrida em um "Tribunal do Crime".

Conforme informações do delegado do SIG (Setor de Investigações Gerais) da Polícia Civil do município, Thiago Passos, três lideranças da cúpula serão isoladas em presídio federal. "A justiça já solicitou vagas no presídio e estamos aguardando para que eles possam ser transferidos", explica.

Os membros da facção teriam encomendado de fora do presídio a morte do jovem condenado pelo assassinato de Maisa Martins de 12 anos, em dezembro de 2014.

Segundo o delegado, o jovem estava cumprindo pena e foi morto dentro do presídio. "Há suspeitas que o tio da Maisa esteja envolvido no crime, pois ele estava no mesmo presídio que o jovem e teria presenciado a morte da sobrinha", comenta.

Passos explica ainda que o tio da jovem é da facção e o PCC não perdoa quem mata criança. A morte do presidiário aconteceu em 30 de abril deste ano. O crime foi elucidado em uma investigação conjunta da Polícia Civil com a utilização de provas obtidas em investigação do GAECO/MS (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado) do Ministério Público de Mato Grosso do Sul.

Crime – De acordo com informações do delegado, a estudante de 12 anos foi morta no bairro Guanabara em 5 de dezembro do ano passado, em Três Lagoas.

Maisa estava com o avô em frente de casa de familiares, quando dois assaltantes chegaram armados em uma bicicleta, anunciando o assalto e exigindo uma pulseira de ouro que estava no braço do avô.

Assustada, Maisa reconheceu um dos assaltantes, pois teria estudado com ele e gritou. Ela levou um tiro na cabeça e morreu na hora.

Depois de ter atirado, o adolescente fugiu de bicicleta sem levar nada. Ele foi para um lado e o comparsa, um jovem de 21 anos, foi para o outro. O adolescente chegou a passar a noite em uma mata e no outro dia foi para casa e confessou o crime à família. Ele relatou ainda que ficou sabendo depois que matou a adolescente.

Operação - Já foram cumpridos dois mandados de prisão no Presídio de Segurança Média de Três Lagoas, um mandado cumprido no presídio semiaberto, dois mandados em bairros de Três Lagoas, três no presídio de Segurança Máxima de Campo Grande e um mandado cumprido no presídio de segurança máxima de Junqueirópolis (SP).

A força-tarefa é composta pela Polícia Civil, Garras, Polícia Federal de Três Lagoas e Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil de São Paulo.

O nome da operação está relacionado ao rio Flegetonte, um dos rios do Hades, que na obra Divina Comédia, de Dante Aliguiere, é citado na descrição do 7º círculo do Inferno, onde estão as almas dos mais violentos, aqueles que praticaram violência contra seus semelhantes

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