Paraguai inicia audiência de militares presos por fornecer armas a facções
Dois generais e um coronel foram presos em dezembro de 2023 no âmbito da Operação Dakovo
Começou nesta sexta-feira (2) a audiência preliminar da ação criminal contra três oficiais de alta patente das Forças Armadas do Paraguai e três civis daquele país presos no âmbito da Operação Dakovo, em dezembro de 2023.
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A Justiça paraguaia iniciou nesta sexta-feira (2) a audiência preliminar contra três oficiais de alta patente das Forças Armadas e três civis acusados de integrar organização criminosa que desviava armas de guerra para facções brasileiras. O esquema, descoberto na Operação Dakovo em dezembro de 2023, envolvia a importação legal de armamentos do leste europeu. Entre os denunciados estão o coronel Benvindo Santiago Fretes Gonzálves e os generais Arturo González Ocampo e Jorge Oruê Roa, que recebiam propina para facilitar o desvio de aproximadamente 43 mil armas. O processo também inclui três civis, incluindo um ex-funcionário da empresa IAS, utilizada nas importações ilegais.
Eles são acusados de fazer parte de poderosa organização criminosa que trazia armamento de guerra de países do leste europeu para o território paraguaio através de importações legais.
Com a proteção dos militares, as armas eram desviadas para o Brasil de forma clandestina e fornecidas a facções criminosas brasileiras, principalmente o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o CV (Comando Vermelho).
No início da audiência preliminar, na manhã de hoje, o Ministério Público do Paraguai manteve a acusação e pedido de julgamento público do coronel Benvindo Santiago Fretes Gonzálves e dos generais Arturo Javier González Ocampo e Jorge Antonio Oruê Roa.

Foram denunciados no mesmo processo os civis Paulo César Fines Ventura, Victorino Gómez Paredes (vendedores de armas) e Rodolfo Rodrigo Samaniego Lezcano, ex-funcionário da IAS (Internacional Auto Supply), empresa de autopeças usada para importar o armamento.
Conforme a denúncia do MP paraguaio, o esquema criminoso consistia na importação legal das armas, posteriormente adquiridas por pessoas e empresas de fachada, controladas por facções brasileiras.
Responsáveis pelo controle de venda de armas no Paraguai, os militares faziam vistas grossas em troca de propina. A audiência iniciada nesta sexta continua na segunda-feira (5), com manifestação do Ministério Público sobre recursos apresentados pelas defesas. Posteriormente, os acusados serão interrogados e a Justiça decidirá se irão ou não a julgamento.
Em julho do ano passado, a Justiça daquele país autorizou a extradição para o Brasil de dez paraguaios presos na operação. Entretanto, até agora a medida não foi cumprida. Pelo menos 43 mil armas curtas e longas trazidas da Europa foram parar nas mãos de facções brasileiras.
Dono da empresa IAS, o argentino Diego Dirisio, chamado de “Senhor das Armas”, foi preso em seu país de origem, em fevereiro de 2024. A mulher dele, a ex-modelo argentina Julieta Nardi, também denunciada no esquema, foi presa com o marido.
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