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Interior

Polícia Civil repassa investigação de atentado a ônibus à Polícia Federal

Ana Paula Carvalho | 06/06/2011 17:27

Ataque aconteceu na última sexta-feira

Vítimas de atentado a ônibus seguem internadas na Santa Casa de Campo Grande. (foto: João Garrigó)
Vítimas de atentado a ônibus seguem internadas na Santa Casa de Campo Grande. (foto: João Garrigó)

A partir dessa terça-feira (07) a Polícia Federal passará a investigar o atentado a um ônibus escolar que transportava indígenas em Miranda, município distante 201 quilómetros de Campo Grande.

O ataque aconteceu na última sexta-feira (03) quando ônibus voltava para a aldeia cachoeirinha. O ônibus seguia na Rua Principal da Aldeia Babaçu, cerca de oito quilômetros do centro urbano de Miranda. No atentado, foi lançada uma garrafa com líquido explosivo no ônibus, que transportava 30 alunos indígenas que cursam o Ensino Médio naquela cidade.

Quatro pessoas sofreram queimaduras graves e estão internadas na Santa Casa de Campo Grande. As vítimas são o motorista Laércio Xavier Correia, Rosana de Oliveira Martins, de 29 anos, Lurdivane Pires, de 28 anos, e um adolescente de 15 anos. A quinta vítima, Nayara Francisco Vitor permanece internada no Hospital de Miranda com ferimentos leves.

Segundo a Polícia Civil, o autor estava escondido na mata, ás margens da estrada em atitude de emboscada. Não está descartada a possibilidade de conflito entre índios, ou mesmo outros conflitos por conta de conflitos de terras.

Cinco testemunhas foram ouvidas pela Policia e o ônibus foi periciado. Foram encontrados vestígios de explosivos. As pedras que estavam no ônibus, segundo testemunhas, foram lançadas pelos passageiros que conseguiram sair, no objetivo de quebrar os vidros para facilitar a saída dos outros.

Conflito- Os índios lutam pela ampliação da aldeia Cachoeirinha. A portaria do Ministério da Justiça reconhecendo a área indígena é de 2007. Desde então, há uma guerra judicial e diversas ocupações em busca da posse das terras.

No ano passado, o procedimento administrativo de demarcação foi parcialmente suspenso por decisão liminar proferida pelo ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

A Funai (Fundação Nacional do Índio) chegou a depositar R$ 1,3 milhão em juízo, referente ao valor das benfeitorias. Mas os proprietários não aceitaram o acordo e recorreram. Uma das propriedades em disputa é a fazenda Petrópolis, que pertence à família do ex-governador Pedro Pedrossian.

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