Polícia Federal faz buscas em empresa de irmão de ex-BBB e oficina aeronáutica
Investigação apura tráfico de drogas por via aérea; esquema baseado em SP tem tentáculos em MS
A Operação Red Flag da PF (Polícia Federal) contra o tráfico de drogas por via aérea cumpriu mandados de busca e apreensão em uma oficina aeronáutica, em Campo Grande, e em uma empresa de pulverização em Aral Moreira, esta, de propriedade do irmão de ex-BBB.
RESUMO
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A Polícia Federal deflagrou a Operação Red Flag para combater o tráfico de drogas por via aérea, cumprindo mandados em Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Mato Grosso. As ações visaram empresas suspeitas de envolvimento no esquema, incluindo uma oficina aeronáutica em Campo Grande e uma empresa de pulverização em Aral Moreira. O esquema teria conexão com Ilmar "Pixoxó", conhecido por operar no tráfico internacional. A investigação apontou que o grupo usava aeronaves para transportar drogas, com financiamento de empresários locais. "Pixoxó", já condenado por lavagem de dinheiro e tráfico, foi preso novamente. A operação contou com apoio do Dracco e revelou a complexidade da rede criminosa, que utilizava empresas como fachada para atividades ilícitas.
A informação apurada pela reportagem é que o esquema, comandado a partir de Araçatuba, tem conexão com Ilmar de Souza Chaves, o “Pixoxó”, considerado “funcionário” do narcotráfico.
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Em Mato Grosso do Sul, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, sendo um em Campo Grande e dois em Aral Moreira. A operação foi desencadeada pela PF de Araçatuba e também cumpriu outros 30 mandados em Birigui, Vera Cruz, Catanduva e Garça (SP); Curitiba, Londrina e Toledo (PR); e Colíder (MT).
O Campo Grande News apurou que o mandado cumprido na Capital teve como alvo a New Tacape Manutenção de Aeronaves Ltda., empresa de manutenção e reparo de aeronaves instalada nas dependências do Aeroporto Santa Maria.
Conforme dados da RedeSim (Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios), a empresa foi aberta em 21 de julho de 2025, com capital social de R$ 100 mil e três sócios. Um deles é Cláudio de Souza Leal, que, segundo pesquisa processual, figurou como testemunha de defesa de “Pixoxó” em ação por tráfico de drogas decorrente da Operação Cavok, deflagrada em agosto de 2020.
A reportagem esteve na New Tacape, confirmou a passagem da PF pelo local e conseguiu contato com outro sócio. Esse empresário, que preferiu não ter o nome divulgado, negou envolvimento no esquema investigado na Operação Red Flag. “Os policiais foram cedo, olharam tudo e viram que não havia nada de errado. A gente não tem nada a ver com essa investigação; ela é lá de Birigui”, afirmou o empresário.
Outro alvo da operação foi a Romaer Aviação Agrícola Ltda., localizada em Aral Moreira. A empresa, aberta em outubro de 2007, tem como atividade principal o serviço de pulverização e controle de pragas agrícolas. Os sócios são Fabíola Cristina e Ronald Alves Cordeiro, o Ronnie, irmão do campeão do BBB, Fael Cordeiro. A reportagem não conseguiu contato com os empresários.
Segundo a PF, as investigações começaram após a identificação de um piloto da região de Araçatuba que seria um dos responsáveis pelo transporte de drogas em aeronaves a serviço de uma organização criminosa interestadual.

A reportagem apurou que um dos presos na operação é Gilmar Aparecido Dellabella, dono da Nova Ensaios Não Destrutivos Ltda., de nome fantasia Nova Aviação, aberta em maio de 2009 e com capital social de R$ 40 mil. O esquema em Mato Grosso do Sul seria financiado pelo empresário e por “Pixoxó”.
Piloto experiente, “Pixoxó” ganhou fama em investigações por operar aviões a serviço do tráfico internacional de drogas, transportando cocaína entre a Bolívia, o Paraguai e o Brasil. Foi preso pela primeira vez em 1997 e chegou a fugir de uma prisão no Paraguai em 2007.
Em 2020, foi novamente capturado durante a Operação Cavok, deflagrada pela PF, ação que contou com apoio do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), da Polícia Civil de MS, para desarticular uma organização criminosa que usava dezenas de aeronaves e propriedades rurais como fachada para o transporte de drogas e a movimentação de recursos ilícitos.

A condenação mais recente, imposta pela 3ª Vara Federal de Campo Grande, soma 7 anos e 7 meses de prisão por lavagem de dinheiro, pena que se junta a outra, de 20 anos, por tráfico internacional de drogas. Segundo a sentença, Pixoxó usava aviões registrados em nome de laranjas para ocultar patrimônio obtido com o crime. (Colaborou Dayene Paz).
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