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Interior

Polícia já ouviu 5 sobre caso de mãe que cometeu suicídio após matar filha

Kleber Clajus | 13/06/2014 10:53
A faca que, segundo a Polícia, foi usada pela mãe para matar uma filha e ferir a outra (Foto: Tribuna Livre)
A faca que, segundo a Polícia, foi usada pela mãe para matar uma filha e ferir a outra (Foto: Tribuna Livre)

Cinco pessoas, entre familiares e vizinhos, já foram ouvidos pela Polícia Civil na investigação do suicídio de uma mãe que matou a filha de 14 anos e feriu outra de 8 anos com golpes de facão no pescoço em Paranaíba, município distante 422 quilômetros de Campo Grande. O delegado Arivaldo Teixeira pretende intimar mais cinco pessoas, entre elas o pai das meninas que ainda está em estado de choque.

De acordo com o delegado, os depoimentos são unanimes em confirmar que Luzia Marques de Souza Cavalcante, 38, possuía distúrbios psicológicos e comportamento agressivo, não restando dúvida sobre a autoria do crime ocorrido na terça-feira (10).

O próprio irmão, Pascoal Marques de Souza, 43, confirmou ao Campo Grande News nesta semana que Luzia passava por processo de separação e chegou a ser internada em uma clínica psiquiátrica, cerca de três meses atrás. “Ela escapou da clínica e estava tomando remédios”, comentou.

Contudo, a mãe de Sara de Souza Cavalcante, 12, e Saila de Souza Cavalcante, 8, acabou por ferir as filhas no pescoço com um facão enquanto dormiam. A mais velha chegou também a ser enforcada com um ferro de passar roupa e morreu na Santa Casa de Misericórdia de Paranaíba. Luzia se suicidou com o fio de um secador amarrado à grade da janela e Saila foi socorrida por vizinhos.

“Um vizinho que prestou socorro disse, em depoimento, que foi uma cena de terror. As meninas saíram ensanguentadas da casa e andaram 80 metros para pedir ajuda. Pela dinâmica do local, a mãe pode ter atacado a mais velha primeiro e a outra menina teve mais tempo de reação”, relata o delegado Arivaldo Teixeira.

O pai das meninas, Cláudio José de Jesus Cavalcante, 42, não estava em casa. Ele chegou a se dividir, na quarta-feira (11), entre o sepultamento da filha e esposa, bem como o acompanhamento da filha Saila que ainda está no hospital. A garota já passou por cirurgia e chegou a ficar em coma induzido na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) antes de ser transferida, ontem (12), para um quarto da ala pediátrica. Ela não corre mais risco de morte.

Novos depoimentos - Conforme o delegado, Cláudio José ainda não prestou depoimento em razão do estado emocional que se encontra. Uma nova tentativa deve ser realizada hoje, bem como a intimação de amigos das crianças.

Uma carta deixada por Luzia Marques também está sendo periciada. No texto ela relata de forma genérica que se sentia humilhada e dá orientações como, por exemplo, o que fazer com a moto da família e sobre o pagamento de algumas despesas. Em outro ponto, ela declara que o ex-marido agora estaria livre dela e das filhas.

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