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Interior

Polícia sabia de luau em rodovia, mas diz que não consegue monitorar jovens

Caroline Maldonado | 16/03/2015 11:20
Três carros foram envolvidos no acidente, que deixou vítimas na pista e as margens da rodovia; além de condutor de Pálio, que também morreu no local (Foto: Sidiney Assis)
Três carros foram envolvidos no acidente, que deixou vítimas na pista e as margens da rodovia; além de condutor de Pálio, que também morreu no local (Foto: Sidiney Assis)

O risco de acidentes no trecho da MS-430, onde morreram seis pessoas, neste domingo (15), era evidente, já que grupos ocupavam as margens da rodovia para consumo de álcool e drogas após os bailes, em São Gabriel do Oeste, a 140 quilômetros de Campo Grande.

Conforme o delegado de Polícia Civil Fábio Magalhães, todos na cidade sabiam da aglomeração de pessoas em determinados trechos e houve até um assassinato ali em função de briga, no ano passado. Ainda assim, segundo o delegado, não havia como a polícia monitorar os locais sempre que os grupos se reuniam.

“Foram feitas diligências no local, orientando para que as pessoas não ficassem lá, mas não tem como ficar 24h retirando as pessoas dali. Isso é uma questão de conscientização. Nós não podemos abandonar a cidade para transitar em uma extensão de 60 quilômetros”, disse Fábio.

Foram encontradas centenas de garrafas e latas de cerveja, vodca e energéticos no local do acidente. Ainda assim, segundo o delegado, entre os amigos das vítimas há um sentimento de revolta contra o condutor da caminhonete Hilux que, fatalmente, atropelou o grupo. Algumas testemunhas, que já prestaram depoimento, afirmam que o pessoal atropelado estava as margens da rodovia e não no meio da pista, como relatou o representante de vendas Olavo de Oliveira, 59 anos, que dirigia a Hilux.

No entanto, peritos e todos que chegaram ao local logo após a tragédia viram alguns corpos no meio da pista. “Algumas vítimas foram atropeladas na pista, mas não sei dizer se todas, porque o veículo fez trajetória saindo da pista. Então, só a perícia vai me indicar o ponto em que cada um foi atingido. Eu seria leviano em dizer que todos estavam na rodovia ou as margens”, afirmou o delegado.

Depois de atingir as pessoas, a caminhonete perdeu o controle e outros dois carros foram envolvidos no acidente. Cleverson Arruda de Freitas, 27 anos, que dirigia um Pálio morreu no local e o corpo será enterrado em Rio Verde de Mato Grosso. Já o condutor do Fiesta, Rodrigo Alves, 26 anos, está internado em estado grave na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do pronto socorro, da Santa Casa de Campo Grande, conforme a assessoria de imprensa do hospital.

Os corpos das outras cinco pessoas já estão sendo velados no CCTA (Centro Cultural de Tradição e Amizade) e serão enterrados, ao longo dessa manhã, no Cemitério Municipal de São Gabirel do Oeste.

O condutor da Hilux foi autuado em flagrante por homicídio culposo na direção de veículo automotor, mas a Justiça concedeu liberdade provisória. De acordo com o delegado, o resultado da perícia ficará pronto em 30 dias. Além de Olavo, outras quatro testemunhas já prestaram depoimento, mas o delegado pretende ouvir ainda outras pessoas que estavam no local na hora do atropelamento.

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