Prefeito "some" após operação do Gaeco, mas segue ativo na internet
Sem responder à imprensa desde as buscas em Miranda, Fabinho focou em divulgar o Outubro Rosa
O prefeito de Miranda, Fábio Santos Florença (PSDB), desapareceu do noticiário nesta quarta-feira (1º), quando a Operação Copertura mirou a Prefeitura em investigação de fraudes em licitações. Procurado desde cedo pelo Campo Grande News, ele não atendeu telefonemas, ignorou mensagens e não apareceu em compromissos oficiais. Ainda assim, seguiu presente nas redes sociais, onde publicou vídeos sorridentes sobre o Outubro Rosa, campanha de prevenção ao câncer de mama.
RESUMO
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O prefeito de Miranda, Fábio Santos Florença (PSDB), desapareceu após a Operação Copertura, deflagrada pelo Gaeco, que investiga fraudes em licitações na prefeitura. Apesar de não atender telefonemas ou comparecer a compromissos oficiais, manteve-se ativo nas redes sociais, publicando conteúdo sobre o Outubro Rosa. A operação cumpriu 31 mandados em três cidades de Mato Grosso do Sul, investigando empresas sem sede física que venceram licitações desde 2020. Em Sidrolândia, foram apreendidos R$ 35,2 mil em espécie. Os crimes investigados incluem organização criminosa, fraude em licitação e corrupção.
A ação foi deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), que cumpriram 31 mandados em três cidades de Mato Grosso do Sul. Em Miranda, o foco foi a sede da prefeitura e o setor de licitações. Segundo o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), empresas contratadas pelo município não tinham sede física nem funcionários, mas conseguiram vencer licitações.
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Mesmo sob suspeita, a gestão de "Fabinho" conseguiu realizar uma proeza: enquanto agentes públicos recolhiam documentos e malotes, o prefeito publicava vídeos com flores, laços rosa e sorrisos para promover a campanha de saúde feminina. A comunicação institucional seguiu normalmente, como se nada tivesse acontecido fora das câmeras.
De acordo com a denúncia, o grupo fraudava licitações desde 2020 por meio de orçamentos de “cobertura” e atuação de servidor público. A prática permitia que empresários aliados vencessem certames para fornecimento de produtos variados, como materiais escolares, de limpeza, informática e alimentos. A suspeita é de conluio entre empresas para simular competição e garantir contratos.
Em Campo Grande, a operação teve como alvos a Infomaster Soluções em TI e Mobiliário Corporativo, no Jardim dos Estados, e a Zornimat, na Avenida Afonso Pena. Policiais também estiveram na casa de uma funcionária ligada a uma dessas empresas, no bairro Jardim Panamá. Os agentes recolheram documentos e equipamentos eletrônicos.
Em Sidrolândia, o Gaeco cumpriu mandados em duas unidades da Papelaria Paulo Freire e na casa do empresário Pedro Luiz Ribeiro Ruano. No endereço residencial, foram apreendidos malotes, pen drives e R$ 35,2 mil em espécie. O empresário afirmou que o dinheiro pertencia à cunhada e que não sabe por que foi alvo da operação.
No Portal da Transparência da Prefeitura de Miranda, constam quatro contratos com a empresa de Pedro Luiz, firmados por carta-convite. A loja, que vende desde papel até instrumentos musicais, foi contratada para fornecer materiais permanentes e de consumo às secretarias municipais. Os valores empenhados somam R$ 540 mil, mas o total pago foi de R$ 38,5 mil.
Segundo o MPMS, os crimes investigados são organização criminosa, fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro. A operação recebeu apoio do Batalhão de Choque e do Bope (Batalhão de Operações Especiais), ambos da Polícia Militar.
Até a noite desta quarta-feira, a Prefeitura de Miranda não havia divulgado nota oficial sobre a operação. O prefeito também não respondeu às tentativas de contato da reportagem.
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