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Interior

Quadrilha cruzava MS com duas toneladas de cocaína todo mês

Traficantes utilizavam mecanismos de fundos falsos em caminhões para transportar droga para São Paulo e Espanha

Mariana Castelar | 29/06/2016 16:23
Apreensão de hoje é considerada a terceira maior do país. (Foto: Polícia Federal)
Apreensão de hoje é considerada a terceira maior do país. (Foto: Polícia Federal)

Quadrilha especializada no tráfico de cocaína entre a Bolívia, Brasil e Espanha movimentava duas toneladas da droga por mês, que passvam por Corumbá em Mato Grosso do Sul. Durante a Operação Quijarro desencadeada hoje, a PF (Polícia Federal) de Londrina apreendeu 1,4 mil quilos de cocaína avaliados em US$ 21 milhões. Em todo o país, 79 pessoas foram presas.

A apreensão de hoje é considerada a terceira maior apreensão da droga na história do país. A cocaína da Bolívia é considerada a melhor do mundo e além de abastecer o mercado de São Paulo, era enviada para a Espanha, onde é comercializada a 15 mil dólares por quilograma (atualmente, cerca de R$ 48 mil). 

A cocaína saía da Bolívia, era entregue na cidade sul-mato-grossense e de lá distribuída para São Paulo e Espanha, através do Porto de Santos em caminhões e carretas. A curiosidade é de que eram usados mecanismos sofisticados para esconder a droga dentro de cerca de 70 veículos.

"Compartimentos sofisticados" eram utilizados para esconder a droga. (Foto: Polícia Federal)
"Compartimentos sofisticados" eram utilizados para esconder a droga. (Foto: Polícia Federal)

De acordo com o delegado Elvis Secco da PF de Londrina, os caminhões tinham um fundo falso bastante modificado, o que dificultava que a droga fosse encontrada. “A cocaína ficava na parte de metal das carretas, e que só era possível identificar depois de passar por um raio x”, explica.

Para disfarçar, os caminhoneiros transportavam materiais lícitos, com documentações corretas, principalmente minério de Corumbá. A investigação durou um ano e meio e contou com apoio da polícia boliviana.

O núcleo boliviano produzia cerca de duas toneladas de cocaína por mês, cujo valor de mercado gira em torno de 30 milhões de dólares (R$ 96 milhões). A PF apreendeu ainda,14 carretas utilizadas para buscar a cocaína em Corumbá e levá-la a Vinhedo, que estavam registradas em nomes de parentes e amigos dos envolvidos.

Secco declarou que com a participação da polícia boliviana foi possível prender o núcleo responsável pela introdução da cocaína no território nacional. Segundo ele, o casal boliviano que foi preso estava foragido da Bolívia e eram os traficantes mais procurados naquele país.

“Conseguimos localizar essas pessoas, conduzi-las por deportação porque estavam ilegais no país até solo boliviano e entregar regularmente à polícia, que executaram a prisão”, detalha. No decorrer da investigação foram apreendidos quase quatro toneladas de cocaína.

Duas pessoas estão foragidas, uma da capital paulista e outra de Presidente Prudente (SP). Os nomes dos detidos não foram divulgados.

(Colaborou o repórter Diego Prazeres, da Rádio Alvorada, de Londrina)

(Foto: Polícia Federal)
(Foto: Polícia Federal)
(Foto: Polícia Federal)
(Foto: Polícia Federal)

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