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Em Pauta

O 1º empréstimo da humanidade foi para produzir cerveja

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 12/07/2025 07:30
O 1º empréstimo da humanidade foi para produzir cerveja

Certamente você conhece Adão, o primeiro homem, que vivia em um lugar chamado “Paraíso”. Nesse “país”, tudo era maravilhoso, mas Adão estava proibido de ter relações sexuais. Essa é a versão contada pela religião. A história escrita nos fala de um homem chamado Kushim. Outros homens existiram antes de Kushim, mas não sabemos seus nomes.


O 1º empréstimo da humanidade foi para produzir cerveja

O primeiro empréstimo.

Mais de 5 mil anos atrás, na Mesopotâmia - a região entre Irã, Iraque e Turquia - um homem chamado Kushim recebeu um lote de cevada, muito provavelmente para produzir cerveja. Ele o tomou como empréstimo por um período de tempo especificado em contrato: dois anos e meio. Com uma taxa de juros anual de 33,33%, o que era normal na época.


O 1º empréstimo da humanidade foi para produzir cerveja

Dois anos e meio para pagar.

Dois anos e meio era tempo suficiente para produzir cerveja, vendê-la, gerar receita, saldar o empréstimo e começar tudo de novo. Mas as coisas podiam dar errado, é claro. Não é difícil imaginarmos as preocupações de Kushim. Será que ele conseguirá fazer a cerveja? Será que seus clientes pagarão?


O 1º empréstimo da humanidade foi para produzir cerveja

Escravidão de Kushim ou de seus filhos.

Levando-se em conta que naqueles tempos não era incomum que o próprio emprestador ou seus filhos servissem como caução, é certo dizer que os riscos tomados por Kushim eram altos. Podemos imaginar Kushim tarde da noite, rezando por uma colheita abundante. Para quitar o empréstimo, precisará comprar uma quantidade maior de cevada, para incluir os juros, e a um bom preço, para que a transação tenha valido a pena.


O 1º empréstimo da humanidade foi para produzir cerveja

Noites insones.

O pior que pode acontecer é uma colheita fraca, o que faria o preço do grão subir. Por outro lado, se a colheita for boa, o preço da cevada cairá e Kushim terá um bom lucro. A taxa de juros é crucial na história de Kushim. É ela que levará o credor a emprestar a cevada. Imaginar as noites insones de Kushim faz com que ele pareça um de nós. O fato de lhe cobrarem juros também implica que, a essa altura, o dinheiro já tinha evoluído. Cerveja, dinheiro e juros, estão no alvorecer da humanidade.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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