ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SEXTA  22    CAMPO GRANDE 28º

Interior

Segurança será julgado em SP por morte de indígena há 18 anos em MS

Julgamento ocorre 18 anos depois, transferido para SP a pedido do MPF

Por Maristela Brunetto | 27/11/2023 09:49
Fórum da Justiça estadual de Prudente recebe júri de acusado de matar indígena em MS (Foto: Site Prudente News)
Fórum da Justiça estadual de Prudente recebe júri de acusado de matar indígena em MS (Foto: Site Prudente News)

Começou esta manhã, no Fórum da Justiça Estadual de São Paulo, o julgamento de João Carlos Gimenes Brito, acusado de matar a tiros o indígena Dorvalino Rocha em 2005, no município de Antônio João (MS). O processo tramitou na Justiça Federal de Ponta Porã e o julgamento foi deslocado para a Justiça Federal de São Paulo após pedido formulado ao TRF3 (Tribunal Regional Federal) pelo MPF (Ministério Público Federal, autor da denúncia. Como o Fórum da Justiça Federal não tem sala para ocorrência de júris, ele está sendo realizado no prédio da justiça comum.

O caso ocorreu no final de dezembro de 2005, em região alvo de disputa entre indígenas e fazendeiros. No ano seguinte a denúncia foi apresentada à Justiça Federal. Após a instrução do processo e acolhimento da denúncia, chegou a ser agendado o júri para o ano de 2019, quando veio o pedido de transferência para outra cidade, sendo definido o Fórum de Presidente Prudente.

Em setembro foi definida a data. O juiz que conduz o caso na cidade paulista Cláudio de Paula dos Santos autorizou que indígena de Antônio João fosse ouvido por videoconferência, a partir da residência de representante da Funai na cidade. Também autorizou a substituição de testemunha que já faleceu, sendo incluída a viúva de Dorvalino, Líria Fernandes Rocha, a pedido do MPF. Por outro lado, o magistrado rejeitou videoconferência para participação de agente da Polícia Federal, determinando ao MPF que adotasse as providências para a condução, assim como em relação à viúva.

A reportagem apurou que durante o julgamento serão ouvidas três testemunhas de defesa e três de acusação. A arma utilizada no crime também será apresentada no plenário.

Nos andamentos recentes do processo foi possível conferir que a arma utilizada para os disparos e documentos e imagens serão exibidos no julgamento.

Na época da apuração, a versão de João foi que os tiros foram disparados para o chão para afastar indígenas, mas o argumento não foi acolhido, sendo o crime tratado como doloso, quando há intenção de matar.

Advogados se habilitaram para auxiliar o MPF na acusação, entre eles Luiz Henrique Eloy Amado, o Eloy Terena, o atual secretário executivo do Ministério dos Povos Indígenas.

Nos siga no Google Notícias