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Suspeito de distribuir armas para facções diz que tem medo de morrer

Audiência revela elo com esquema de fuzis, por isso juiz converteu prisão em flagrante em preventiva

Por Gustavo Bonotto e Helio de Freitas, de Dourados | 12/11/2025 22:26
Suspeito de distribuir armas para facções diz que tem medo de morrer
Armas encontradas com o suspeito. (Foto: Reprodução/Defron)

O paraguaio Everton Rodrigo Vargas Valenzuela, de 32 anos, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva nesta quarta-feira (12) durante audiência de custódia realizada em Naviraí. Ele foi preso na terça-feira (11), em Ponta Porã, a 313 quilômetros de Campo Grande, após a apreensão de três fuzis de alto poder de fogo, carregadores e porções de cocaína e skunk na casa onde morava.

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Um paraguaio de 32 anos teve sua prisão preventiva decretada em Naviraí, Mato Grosso do Sul, após ser flagrado com três fuzis de alto poder de fogo e drogas em Ponta Porã. Everton Rodrigo Vargas Valenzuela foi detido em uma residência que, segundo investigações, funcionava como ponto de distribuição de armamentos para grupos criminosos. Durante a abordagem policial, o suspeito tentou se desfazer de uma mala contendo os fuzis, avaliados em R$ 70 mil cada, além de carregadores. No local, também foram apreendidos 700 gramas de cocaína e 1,2 quilo de skunk. Em depoimento informal, Valenzuela alegou temer por sua vida caso revelasse para quem trabalhava.

Hoje, a Justiça decidiu mantê-lo preso porque a investigação aponta que o imóvel funcionava como ponto de distribuição de armas e drogas para grupos criminosos de outros estados.

Na audiência desta tarde, a Defensoria Pública pediu a liberdade provisória e alegou que o suspeito tem residência fixa, ocupação lícita e não representa risco à ordem pública. A defesa sustentou que não houve violência, lesão ou dano e que a prisão seria desproporcional. O Ministério Público contestou o pedido e afirmou que a quantidade de drogas, o valor das armas e a tentativa de fuga indicam periculosidade e risco de reiteração criminosa.

Conforme aos autos processuais obtidos pelo Campo Grande News, o juiz das garantias Fernando Moreira Freitas da Silva citou elementos da investigação para decretar a prisão preventiva. Ele destacou que a apreensão de três fuzis, avaliados em mais de R$ 200 mil, sugere participação em cadeia criminosa e que a droga encontrada na casa reforça o vínculo com atividades ilícitas.

No auto de prisão, o magistrado também observou que Everton tentou fugir e se desfazer da mala, o que, segundo a decisão, demonstra risco de fuga e possibilidade de frustração do processo penal caso fosse liberado.

Por fim, a decisão judicial determinou a transferência do preso para o sistema penitenciário e autorizou a incineração das drogas apreendidas, com preservação de amostra para laudo definitivo. O inquérito policial seguirá em andamento para identificar outros envolvidos no esquema.

Dinâmica - À imprensa, a Defron (Delegacia de Repressão aos Crimes de Fronteira) informou que passou semanas monitorando o endereço e compartilhando informações com outras forças policiais devido à circulação de fuzis semelhantes em confrontos recentes pelo país. Os investigadores receberam relatos de que um “cidadão paraguaio” estaria usando a residência do bairro Carandá para abastecer facções e que a descrição física coincidia com Everton. Após levantamentos de inteligência, a equipe confirmou que o suspeito, natural de Pedro Juan Caballero, morava no imóvel.

No momento da abordagem, Everton tentou se livrar da mala que carregava as armas e lançou o material por cima do muro ao notar a chegada da polícia. Dentro da bagagem estavam dois fuzis calibre 7.62, um fuzil calibre 5.56, quatro carregadores 7.62 e dois carregadores 5.56. A polícia encontrou ainda 700 gramas de cocaína e 1,2 quilos de skunk nos fundos da casa. Os fuzis são avaliados em cerca de R$ 70 mil cada na fronteira e podem dobrar de preço em estados como o Rio de Janeiro.

Durante as diligências, ele afirmou informalmente que “não poderia dizer para quem trabalhava” porque seria morto, mas exerceu o direito de permanecer calado no interrogatório oficial na Defron. A versão extraoficial reforçou o entendimento dos investigadores de que o suspeito não agia sozinho e tinha papel ativo na remessa de armamento para grupos organizados.

Segundo o relatório policial, o fluxo de informações cruzadas entre equipes da fronteira e delegacias de outros estados ajudou a identificar o local como ponto estratégico de distribuição.

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