Universitários fecham terminal amanhã para cobrar mais segurança em ônibus
Movimento vai impedir saída de ônibus no terminal de Dourados das 6h às 7h; protesto marca retomada de movimento pelo passe livre
Universitários voltam a protestar amanhã em Dourados, a 233 km de Campo Grande. Quase dois anos depois das manifestações ocorridas em todo o país em 2013, os estudantes de duas universidades públicas prometem bloquear por uma hora o terminal de transbordo da maior cidade do interior de Mato Grosso do Sul.
A interdição do terminal, que fica na rua Oliveira Marques, no centro, será das 6h às 7h, mas se a empresa responsável pelo transporte coletivo na cidade não se manifestar, haverá novo bloqueio às 11h.
Gisele dos Santos, uma das organizadoras do movimento, disse ao Campo Grande News que a intenção é protestar contra as condições dos ônibus da empresa Medianeira, cobrar mais segurança durante o trajeto até a Cidade Universitária, que fica a quase 20 km do centro, e retomar a campanha em defesa do passe livre, principal bandeira das manifestações de 2013.
Os estudantes da Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), que pagam 50% da passagem de R$ 2,50, reclamam que além da falta de segurança – na semana passada o condutor de um ônibus saltou um quebra-molas na Avenida Guaicurus e provocou ferimentos em vários universitários – os usuários sofrem com a superlotação e os atrasos constantes. Reclamam em que em alguns dias chegam a ficar até duas horas e meia esperando o ônibus para voltar da universidade.
O acidente ocorrido na quarta-feira da semana passada provocou ferimentos graves em uma estudante, que precisou receber 23 pontos na cabeça. A Medianeira justificou que chovia no momento e que o obstáculo está sem sinalização. A rodovia passa por obras de duplicação.
Pelo menos 3.800 universitários utilizam o transporte coletivo urbano de Dourados todos os dias para chegar aos campi das duas universidades públicas. Aluna de pedagogia da Uems, Gisele dos Santos diz que os universitários cobram mais respeito por parte da empresa que possui concessão pública para explorar o serviço.
Empresa quer reunião – O diretor da Medianeira, Marcelo Sacol, afirmou nesta quarta-feira ao Campo Grande News que procura os organizadores do protesto para convidá-los para uma reunião ainda hoje. Segundo ele, a empresa está à disposição dos universitários para conversar sobre as reivindicações e disse não existir necessidade de protesto. “Se eles frecharem o Transbordo vão prejudicar as outras pessoas, trabalhadores que utilizam os ônibus. Podemos discutir esses pontos e evitar isso”.
Sobre os atrasos, Marcelo Sacol afirmou que todos os anos após o início das aulas existe um período de adaptação dos horários, já que muitos cursos liberam os estudantes em hora diferente. “Temos cem horários de ônibus para as universidades todos os dias. Esses problemas ocorrem no início das aulas, mas são resolvidos assim que a empresa fizer as mudanças necessárias”, explicou.