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Interior

Vítima de feminicídio, mulher não havia denunciado violência de companheiro

Delegado disse que nenhuma ocorrência envolvendo o casal foi localizada; autor está preso

Por Helio de Freitas, de Dourados | 24/02/2025 15:14
Vítima de feminicídio, mulher não havia denunciado violência de companheiro
Vanderson dos Santos Carneiro, autor confesso do 5º feminicídio deste ano em MS (Foto: Leandro Holsbach)

Emiliana Mendes, 65, a quinta vítima de feminicídio neste ano em Mato Grosso do Sul, não havia registrado denúncia de violência doméstica contra o companheiro, Vanderson dos Santos Carneiro, 35.

RESUMO

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Emiliana Mendes, de 65 anos, foi a quinta vítima de feminicídio em Mato Grosso do Sul em 2023. Ela foi morta por asfixia pelo companheiro Vanderson dos Santos Carneiro, de 35 anos, em Juti. O corpo foi arrastado por 150 metros e deixado na cama para simular morte natural. Vanderson foi preso enquanto fugia e confessou o crime. Não havia denúncias prévias de violência doméstica contra ele. A polícia reforça a importância de denunciar qualquer sinal de violência para evitar tragédias.

De etnia indígena, Emiliana foi asfixiada até a morte por Vanderson, teve o corpo arrastado por 150 metros e deixada sobre a cama, na casa onde morava, na Rua Mato Grosso, centro de Juti, cidade a 311 km de Campo Grande.

A ideia do criminoso era simular morte natural, mas assim que o corpo foi encontrado, os policiais perceberam marcas de esganadura. O autor foi preso fugindo da cidade a pé e confessou o crime.

Em entrevista coletiva, o delegado de Juti, Edson Leandro Santiago de Lira, informou que foram feitas buscas no sistema da polícia e não foi encontrada nenhuma ocorrência relatando ato de violência envolvendo o casal. Vanderson ainda não foi interrogado oficialmente, mas, no momento da prisão, disse que matou Emiliana durante discussão.

“Foi o primeiro ato que chegou ao nosso conhecimento, infelizmente já em situação de morte. Por isso é importante que as mulheres, já no primeiro sinal de violência, procurem a delegacia, ainda que seja considerada uma pequena ameaça, um pequeno destempero do agressor, para que sejam tomadas medidas protetivas de urgência”, afirmou.

Segundo o delegado, embora ainda precise ser aprimorado, o sistema existe para inibir escalada nessa violência. “As delegacias de Caarapó e Juti trabalham de forma integrada. Logo após o conhecimento dos fatos e iniciadas as buscas, foi acionada a delegacia de Caarapó e o autor foi localizado”.

O trabalho para prender o criminoso envolveu ainda as equipes dos delegados Ciro Carlos Jales de Carvalho e Vivian Hiluy Lobo Felício, ambos de Caarapó.

Vítima de feminicídio, mulher não havia denunciado violência de companheiro
Marca deixada na terra por corpo arrastado por 150 metros (Foto: Divulgação/PCMS)

Corpo arrastado – O crime ocorreu de madrugada, em terreno baldio próximo à Rua Mato Grosso. Após matar a mulher estrangulada, Vanderson arrastou o corpo até a quitinete onde moravam. Peritos da Polícia Civil identificaram as marcas do arrasto deixadas na terra.

Na quitinete, o corpo foi deixado sobre o colchão, supostamente como forma de simular eventual morte natural. Ao tomar conhecimento do fato por volta de 9h30, a Polícia Civil iniciou diligências em busca do suspeito.

Os investigadores descobriram que o autor estava fugindo a pé em direção a Caarapó. Vanderson foi preso na BR-163, a 8 quilômetros de Juti. Armado com uma faca, ele não ofereceu resistência.

Segundo o delegado Edson Leandro, o homem apresentava escoriações pelo corpo. Indagado sobre os fatos, confessou espontaneamente a autoria do crime e foi conduzido à Delegacia de Polícia de Juti para ser autuado em flagrante.

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