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Cidades

Lama Asfáltica já bloqueou R$ 530 milhões em bens de investigados

Os prejuízos causados ao erário, somando-se todas as seis fases da operação, passam dos R$ 432 milhões, calcula a PF

Anahi Zurutuza e Liniker Ribeiro | 27/11/2018 11:18
Equipe da força-tarefa deixa sede do TCE-MS (Foto: Henrique Kawaminami)
Equipe da força-tarefa deixa sede do TCE-MS (Foto: Henrique Kawaminami)

A Operação Lama Asfáltica já bloqueou R$ 530 milhões em bens dos investigados. Só nesta 6ª fase, batizada de Computadores de Lama, foram R$ 22 milhões sequestrados, segundo informou o delegado da PF (Polícia Federal), Cleo Mazzotti, durante coletiva de imprensa.

A Lama Asfáltica teve sua primeira etapa deflagrada em julho de 2015 e investiga esquema milionário de desvio de recursos públicos. Além da PF, agentes da CGU (Controladoria Geral da União) e da Receita Federal trabalham nas apurações. Segundo a força-tarefa, tem como principal beneficiário o ex-governador André Puccinelli (MDB), preso desde 20 de julho.

As outras cinco etapas da operação investigaram a compra de fazendas com recursos desviados (Fazendas de Lama) e também aviões (Aviões de Lama). A PF também investigou o uso de empreiteiras (Máquinas de Lama) e ainda a compra de livros e contratação de serviços do Instituto Ícone (Papiros de Lama) para lavar dinheiro.

Os prejuízos causados ao erário, somando-se todas as seis fases da operação, passam dos R$ 432 milhões, calcula a PF.

Da esquerda para a direita, José Paulo Barbieri, superintendente da CGU (Controladoria-Geral da União), o superintendente regional da PF Luciano Flores de Lima, o delegado Cleo Mazzotti e o auditor fiscal José Maria de Moraes Nogueira durante coletiva de imprensa (Foto: Marina Pacheco)
Da esquerda para a direita, José Paulo Barbieri, superintendente da CGU (Controladoria-Geral da União), o superintendente regional da PF Luciano Flores de Lima, o delegado Cleo Mazzotti e o auditor fiscal José Maria de Moraes Nogueira durante coletiva de imprensa (Foto: Marina Pacheco)

Computadores de Lama - A PF, CGU e Receita Federal foram às ruas nesta manhã para cumprir 4 mandados de prisão preventiva e 25 de busca e apreensão em Campo Grande, Jaraguari, Dourados e Paranhos.

Apelidado de “Bill Gates Pantaneiro”, o empresário João Roberto Baird foi o primeiro preso a chegar à sede da PF (Polícia Federal) de Campo Grande para depor nesta manhã.

O ex-secretário-adjunto de Fazenda, André Luiz Cance, o empresário Antônio Celso Cortez e Romilton Rodrigues de Oliveira, pecuarista que seria “laranja” de Baird, são os outros três alvos de mandados de prisão preventiva. Cance e Romilton são considerados foragidos.
Nesta manhã, equipe foi ao TCE-MS (Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul), no Parque dos Poderes. No local, as buscas foram feitas no gabinete de assessor do conselheiro Osmar Jerônymo, que foi braço direito Puccinelli.

Os policiais e agentes da CGU e da Receita também fizeram buscas no escritório de advocacia Fábio Leandro Advogados Associados. Fábio Castro Leandro, que dá nome à empresa de assistência jurídica, foi procurador-geral da Prefeitura de Campo Grande quando Gilmar Olarte assumiu o comando do Executivo municipal. O advogado também é filho do desembargador do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), Paschoal Carmello Leandro.

A força-tarefa apreendeu documentos ainda na casa de João Baird, no Edifício Monterosso, na rua Antônio Maria Coelho, em frente ao Parque das Nações Indígenas.

De acordo com a PF, nesta fase, donos de empresas de informática que prestam serviços para o Poder Público são investigados por enviar valores clandestinamente para o exterior e o uso de “laranjas” para ocultar patrimônio adquirido com dinheiro desviado dos cofres públicos.

O desvio se dava por meio da compra fictícia ou ilegal de produtos e contratos simulados, conforme a apuração.

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