Manifestação pede paz e justiça para morte de Paulinho
Maria Aparecida dos Santos Neres espera que a tarde desta segunda-feira (19) marque o começo de uma nova vida. Junto a ela, 45 manifestantes, entre amigos e parentes, realizam em frente ao Fórum de Campo Grande uma manifestação em que pedem justiça pela morte de seu filho, Paulo Henrique Rodrigues, o "Paulinho", assassinado no dia 17 de fevereiro.
A manifestação acontece durante a primeira audiência de julgamento do jovem Marcelo de Souza Ribeiro, o "Cicatriz", de 19 anos, que disparou o tiro que matou Paulinho durante um assalto a uma mercearia no Jardim Tarumã. Mais que justiça, Cida, como é chamada por todos, alimenta a esperança de que o drama que vive não seja mais compartilhado com outras mães.
"Não quero que nenhuma mãe sinta isso. Estamos errando. As famílias erram na educação dos filhos e o governo erra com tamanha impunidade a casos de violência", explica Cida, enquanto levantava um cartaz em que aparecia a foto do filho e um pedido de paz.
Esta pode ser a primeira e única audiência sobre o crime. Serão ouvidos o réu e testemunhas. A sentença deve sair dentro de 60 dias, caso o juiz determine novas sessões. "Espero que tudo acabe hoje", pede Cida.
Mãe de outros três filhos, Cida expressa no rosto a dor de quem perdeu uma parte da vida. "Falta alguém na mesa, tem um canto vazio na casa, tem um armário que ninguém mexe. Falta um pedaço de nós", se emociona.
"No dia foi terrível, foi o pior momento que vivemos. Chegamos lá logo depois do assalto e vimos o Paulinho lá. Até hoje quando lembro fico mal", recorda Cleiton Alves, um dos muitos amigos de Paulinho.
A manifestação, de acordo com Ivanílton Neres, pai de Paulinho, deve acontecer até o final da audiência, que acontece na 1ª Vara Criminal do Fórum da Capital. Até lá, parentes e amigos continuarão a levantar cartazes com as fotos do jovem e pedidos de paz.
