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Cidades

Melhores pescadores vão capturar 10 mil peixes para Aquário do Pantanal

Lidiane Kober | 16/10/2014 16:56
Galpão, construído na sede da PMA, vai abrigar período de adaptação dos peixes (Foto: Marcos Ermínio)
Galpão, construído na sede da PMA, vai abrigar período de adaptação dos peixes (Foto: Marcos Ermínio)

O Governo do Estado reuniu os melhores pescadores de Mato Grosso do Sul e mapeou as áreas mais ricas em espécies para dar largada, na próxima semana, a captura de 80% dos 12,5 mil peixes que vão colorir o Aquário do Pantanal, previsto para ser inaugurado na última quinzena de dezembro. Os coordenadores do projeto também já tem a fonte para abastecer 24 tanques com 6,6 milhões de litros de água.

Apesar dos números superlativos e da proximidade da abertura dos portões, o clima é de tranquilidade entre os organizadores. “Entre coletar e adaptar as espécies no máximo precisaremos de um mês e meio”, calculou o professor e pesquisador da Uniderp/Anhaguera, José Sabino.

A confiança reside na equipe montada para fazer o Aquário acontecer. “Isso aqui não é nenhuma aventura, reunimos desde doutores até os pescadores mais experientes para tornar o projeto uma realidade de sucesso”, frisou o professor.

Titular da Semac (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia), Carlos Alberto Negreiros Said de Menezes ressaltou que tudo começou a ser desenhado há um bom tempo. No quesito peixes, o caminho, segundo ele, foi reunir os melhores profissionais e mapear as áreas mais ricas em pescado.

“Já vamos para o lugar certo, ao lado dos melhores conhecedores da região e das técnicas de pescaria”, destacou. “É só gente de Mato Grosso do Sul”, completou o secretário, sem especificar quantos são os pescadores.

80% dos peixes do Aquário serão capturados em rios do Estado (Foto: Simulação)
80% dos peixes do Aquário serão capturados em rios do Estado (Foto: Simulação)

Também envolvido no projeto, o professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e engenheiro, João Onofre Pereira Pinto, informou que 80% dos 12,5 mil peixes do Aquário serão capturados em águas sul-mato-grossenses, nos rios Paraguai, Miranda e Piquiri. O restante virá de doações de instituições de pesca e comprado no mercado mundial de aquarismo.

Adaptação – Antes de enfeitar o Aquário, as 135 espécies de peixes vão passar por período de adaptação em tanques montados na sede da PMA (Polícia Militar Ambiental), no Parque dos Poderes. “As instalações estão prontas, agora, só resta as ligações de água”, contou Negreiros.

Como no Aquário, a água da quarentena virá de poço artesiano, com 180 metros de profundidade, de propriedade do Estado e localizado no Parque das Nações Indígenas. “Temos a autorização do Imasul (Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul) para retirar essa água”, garantiu o secretário estadual.

Segundo ele, a medida não depende da autorização da Águas Guariroba. “A distribuição de água potável é que é de exclusividade da concessionária”, explicou Negreiros. Por meio da assessoria de imprensa, a Águas confirmou ser detentora da concessão de abastecimento humano.

Questionados se há risco de os peixes terem dificuldade de adaptação, os especialistas relacionaram argumentos para espantar a possibilidade. “A água desse poço tem qualidade muito próxima a do habitat natural dos peixes”, destacou João Onofre.

José Sabino enfatizou ainda que “os peixes tem tolerância ao ambiente”. “É igual a gente: humanos ocupam tanto o Alasca como o deserto do Saara”, exemplificou. “Não precisa reproduzir a água 100% igual e, em geral, a perda é na ordem de 10%”, acrescentou o professor.

Tanto no Aquário quanto nos tanques de adaptação, a água passará por um sistema de filtragem e permanecerá a mesma. “A água será tratada e ficará recirculando”, detalhou o titular da Semac.

O sistema de filtragem, conforme Sabino, inclui processo mecânico, químico, ultravioleta e retirada de excesso de proteína. “Tudo foca o suporte a vida”, frisou. “O sistema de bombeamento e de filtragem garantirá a qualidade ideal”, completou João Onofre.

Visitante poderá conferir 135 espécies de peixes (Foto: Simulação)
Visitante poderá conferir 135 espécies de peixes (Foto: Simulação)

Atrações - Em seus 18 mil metros quadrados de área construída, equivalente a duas praças Belmar Fidalgo, o Aquário, orçado em R$ 155 milhões, vai abrigar a simulação de uma vista aérea pelos solos pantaneiros e um mergulho no Rio Paraguai. O espetáculo será apreciado de dentro de uma bionave, com formato de semente.

Além disso, um túnel de aproximadamente 70 metros de extensão servirá de passarela para o visitante andar no meio dos aquários, que, além do Rio Paraguai, vão retratar a natureza dos Rios Miranda e Piquiri. No museu interativo, telões 3D vão retratar, por exemplo, a evolução do mundo e vão destacar imagens de cerca de sete mil animais, subdivididos em mais de 200 espécies, entre peixes, invertebrados, répteis e mamíferos.

Além das belezas naturais, o Aquário vai abrigar uma base de estudos da biodiversidade sul-mato-grossense para difundir mundo afora as riquezas naturais do Estado. O plano é investir em pesquisas, com a expectativa de abrir portas e gerar negócios e renda com novas descobertas científicas.

O espaço, com entrada no valor de R$ 30,80, também oferecerá ao visitante uma diversificada praça de alimentação, salas de exposições, biblioteca, laboratório e auditório.

Operários trabalham na montagem dos últimos locais que serão usados na adaptação dos peixes (Foto: Marcos Ermínio)
Operários trabalham na montagem dos últimos locais que serão usados na adaptação dos peixes (Foto: Marcos Ermínio)
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