ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  23    CAMPO GRANDE 32º

Cidades

Problemas em sistema travam investigações e registro de ocorrência

Sigo, usado pela Polícia Civil, está engessado e vários recursos não funcionam, segundo denúncia do Sindicato dos Policiais Civis

João Humberto | 28/07/2016 17:32
SIGO está com diversas funcionalidades bloqueadas devido à falta do pagamento e renovação de contrato com empresa responsável (Foto: João Humberto)
SIGO está com diversas funcionalidades bloqueadas devido à falta do pagamento e renovação de contrato com empresa responsável (Foto: João Humberto)

O Sinpol/MS (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul) denuncia que há um mês a Polícia Civil tem dificuldades para desempenhar suas funções de investigações e prestação de serviços à sociedade em decorrência de falhas no Sigo (Sistema Integrado de Gestão Operacional), programa que, como indica o nome, gerencia o registro de procedimentos policiais, incluindo boletins de ocorrência.

Segundo a entidade, o caos no sistema é decorrente de pagamento não feito à empresa campo-grandense Compnet, responsável pela ferramenta. Até registro de boletim de ocorrência online, na Delegacia Virtual, está prejudicado.

Presidente do Sinpol/MS, o escrivão Giancarlo Miranda, que está afastado da Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos) em decorrência do mandato, cofirmou ao Campo Grande News que o Sigo está com diversas funcionalidades bloqueadas devido a falta do pagamento e renovação de contrato do Governo do Estado com a empresa Compnet.

“Todos os trâmites relacionados às investigações são feitos no sistema, que na teoria tem que agilizar e normatizar os procedimentos. No entanto, o sistema está engessado e vários recursos não funcionam, como autos de prisão em flagrante, impressão de capas de inquéritos policiais. Também há bagunça nas numerações dos boletins, o que causa confusão nas delegacias”, protesta Giancarlo.

Segundo o sindicalista, a situação prejudica, principalmente, a população, que leva de duas a quatro horas para registrar boletim de ocorrência nas delegacias. Já situações como extravios e furtos simples, que antes podiam ser registradas por meio da Delegacia Virtual, agora não podem mais.

O caos no Sigo foi denunciado há duas semanas por meio de documento protocolado na Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) e na Delegacia-Geral de Polícia Civil cobrando providências urgentes, de acordo com o Sinpol/MS. A ferramenta, de acordo com o sindicato, atrasa os trabalhos policiais, pois no Sigo é possível cruzar dados dos autores de crimes, montar inquéritos policiais e levantar estatísticas de ocorrências.

Método arcaico – O problema no Sigo faz com que os escrivães tenham que registrar os boletins de ocorrência de forma arcaica e inadequada. “Isso prejudica os depoimentos das vítimas e toda a instrução do inquérito. Também causa lentidão no andamento do processo e no tempo de resposta à população”, informa Giancarlo.

Diante do sistema capenga, os policiais civis têm que amenizar o problema usando ferramentas alternativas disponíveis no computador para trabalhar. Caso a situação persista, o Sinpol/MS adianta que orientará os escrivães a realizar os registros de ocorrência só quando houver condições necessárias.

Em contato com a assessoria de imprensa da Sejusp, a reportagem do Campo Grande News foi informada de que o Governo do Estado está em processo de renovação de contrato com a empresa Compnet. Como o contrato é muito extenso, ainda é avaliado.

Foi contatada a assessoria de imprensa da Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda) para informações a respeito da renovação do contrato, mas à reportagem foi dito que a SAD (Secretaria de Estado de Administração e Desburocratização) deveria ser procurada. Em contato com a assessoria de imprensa desta secretaria, o Campo Grande News foi informado de que seriam coletados dados a respeito disso, mas até o fechamento deste texto eles não foram repassados.

O secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, José Carlos Barbosa, o diretor-geral da Polícia Civil, Marcelo Vargas, e a assessoria de imprensa da corporação, foram procurados por telefone, mas não atenderam as ligações. O mesmo aconteceu com a direção da empresa Compnet, que não deu devolutiva a respeito da situação.

Nos siga no Google Notícias