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Cidades

Santa Casa descarta retomar transplantes de rim ainda em 2014

Ricardo Campos Jr. | 10/12/2014 17:46
Kanamura ao lado da responsável pela Central de Transplantes do estado (Foto: Marcos Ermínio)
Kanamura ao lado da responsável pela Central de Transplantes do estado (Foto: Marcos Ermínio)

A Santa Casa de Campo Grande descarta retomar transplantes de rim ainda em 2014. Procedimentos do tipo estão suspensos há um ano e cerca de 400 pessoas aguardam na fila, segundo a Central de Transplantes da Secretaria Estadual de Saúde (SES). O diretor técnico da unidade, Luiz Alberto Kanamura, diz que estrutura e equipe estão prontas para que as operações voltem a ser feitas, mas aguarda-se até que o primeiro paciente a passar pela cirurgia esteja apto. O assunto foi debatido nesta quarta-feira (10) na OAB-MS.

O hospital passou por vistoria do Ministério da Saúde e já está autorizado a operar doentes renais desde julho de 2014. No entanto, conforme Kanamura, a retomada foi condicionada a uma tutoria. Isso quer dizer que técnicos do órgão irão acompanhar o primeiro procedimento para analisá-lo.

Enquanto isso, a captação dos órgãos que podem ser transplantados continua sendo feita, mas eles têm sido encaminhados a pacientes de outros estados. “Tenho convicção de que nós vamos voltar a fazer transplantes de forma correta”, justifica o diretor técnico. “Estamos fazendo tudo de forma responsável”.

A tutoria chegou a ser prevista entre os dias 15 e 19 de dezembro, mas não foi possível. Havia na ocasião alguns pacientes sendo preparados, mas um deles foi operado em outro estado e o outro foi considerado inapto a passar pelo procedimento em função dos riscos que corria.

Outras três pessoas estão sendo preparadas. Mas, como o Ministério da Saúde pede para ser comunicado com no mínimo 30 dias de antecedência, segundo Kanamura, a operação fica para o ano que vem. “Nós vamos começar engatinhando. Primeiro, com doador vivo, com hora marcada. Somente depois disso passaremos a doador cadáver”, explica.

Espera – Marcia Vanderleia Antunes, presidente da Recromasul (Associação dos Renais Crônicos e Transplantados de Mato Grosso do Sul), espera que a situação seja resolvida o quanto antes pelo bem dos pacientes que aguardam na fila pelo procedimento.

Ela também precisa receber um rim, mas diante da suspensão, optou por inscrever-se em outro estado. “Acho um desrespeito com os pacientes. Por que ficaram tanto tempo parados os transplantes? Agora dizem que vão voltar, estamos na expectativa”, diz.

Sobre a promessa da retomada das cirurgias em 2015, espera que se trate de uma decisão concreta. “Nós esperamos que seja uma coisa certa para que o paciente tivesse pelo menos uma esperança”, comenta.

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