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Cidades

Tráfico volta às grandes cargas para reduzir prejuízos e custo de frete

Renan Nucci | 04/08/2014 14:00
DOF é uma das forças de segurança que mais apreendem entorpecentes no MS. (Foto: Divulgação/DOF)
DOF é uma das forças de segurança que mais apreendem entorpecentes no MS. (Foto: Divulgação/DOF)
Apreensão de 15 toneladas da PRF no início do ano. (Foto: Divulgação/PRF)
Apreensão de 15 toneladas da PRF no início do ano. (Foto: Divulgação/PRF)

Cada vez menos os traficantes de entorpecentes que agem em Mato Grosso do Sul recorrem às mulas que fazem transportes do tipo “formiguinha” ou “doméstico”, em pequenas quantidades. Segundo a polícia, os criminosos voltaram a apostar no carregamento em grande quantidade, superiores a uma tonelada, como forma de tentar equilibrar os prejuízos recorrentes das apreensões e baratear o frete.

As informações são de algumas das principais forças de segurança do Estado, no caso, o DOF (Departamento de Operações de Fronteira), a PRE (Polícia Militar Rodoviária Estadual), PRF (Polícia Rodoviária Federal) e PF (Polícia Federal). Juntas, as quatro instituições tiraram de circulação mais de 172 toneladas de drogas em território sul-mato-grossense somente neste ano.

Segundo o tenente-coronel Aroldo Luiz Estevão, sub-diretor do DOF, o tráfico em massa é um recurso que tem sido usado com muita frequência nos últimos dias, principalmente na região de fronteira. Ele explica que em muito casos, dois ou mais traficantes dividem as despesas do frete de um único veículo e enviam suas cargas. Desta maneira, se houver apreensão, o prejuízo será menor.

“Apreensões em carretas e caminhões têm sido muito comuns nos últimos dias. Essa mudança no modo de agir é normal por parte dos criminosos. Quando a polícia identifica e passa a repreender determinado esquema, eles procuram alternativas, para que possam dar continuidade aos delitos”, explicou o sub-diretor do DOF.

A inspetora Vanessa Freire, chefe do núcleo de comunicação social da PRF, confirma a declaração de Estevão, e ainda traça um perfil dos envolvidos. “Observamos nas apreensões da Polícia Rodoviária Federal um aumento no tráfico realizado em grandes quantidades [...] (o transporte) geralmente é feito por homens entre 35 e 45 anos”, disse ela lembrando que apesar da menor incidência, o trabalho das mulas continua.

“Ainda há o tráfico formiguinha ou doméstico, que é aquele feito em pequenas quantidades principalmente por mulheres e jovens, conhecidos como mulas”, completou. Em uma das apreensões recentes, feita pelo DOF há cerca de uma semana, foram recolhidas sete toneladas de maconha na rodovia MS-156, entre os  municípios de Amambai e Caarapó.  No início do ano, a PRF apreendeu 15 toneladas da mesma droga, em Dourados.

De janeiro a julho do ano passado as quatro forças de segurança apreenderam 106,7 toneladas de maconha. No mesmo período deste ano, as apreensões cresceram 62%, saltando para 172 toneladas. Outra droga com bastante incidência de tráfico foi a cocaína, que subiu de 3,4 toneladas apreendidas até o sétimo mês do ano passado, para 4,6 toneladas até o momento em 2014. "Isso é reflexo da melhor organização da polícia", aponta Waldir Ribeiro Acosta, tenente-coronel da PRE.

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