Assassinos em série e a atração das pessoas por sexo e violência ao extremo
Por que serial killers fascinam tanta gente?
Jack, o estripador que dispensa apresentação. Ed Gein, que colecionava a pele, o crânio e órgãos do corpo de suas vítimas. O goiano Tiago da Rocha, que assassinou quase 40 pessoas e foi considerado "atraente". A atenção do público é imediatamente fisgada. Na imprensa, sexo e violência vendem muito. E os serial killers oferecem muito sexo e violência, em limites extremos. Nos sentimos atraídos por coisas que são assustadoras e incompreensíveis.
Há um consenso entre os psiquiatras de que existem fatores psicopatológicos e biológicos por trás das ações de um serial killer. Esse assassino teria alguma lesão na região da frente do cérebro que afetaria as emoções. Os psiquiatras dizem que quando uma pessoa normal mata um bicho ou provoca dor em alguém, neurônios-espelho captam a sensação da vítima. O cérebro de quem provoca a dor interpreta a sensação como algo ruim e transmite a informação para a área responsável por tomar as decisões morais: matar ou não matar, infligir dor ou não. Já no cérebro de um serial killer, a região responsável por todo esse processo estaria lesionada, originando uma frieza anormal.
Mas, porque esses assassinos fascinam tanta gente? Segundo os psiquiatras esse tipo de interesse é uma forma de lidar com a própria agressividade. O humano pode sentir prazer em observar a violência - o sucesso das lutas livres e as fantasias sádico-masoquistas estão aí para comprovar - mas existe um limite para o normal e o patológico. Assassinos em série ultrapassam esse limite.
Os impactos da Grande Guerra
A Grande Guerra foi um conflito de dimensões desconhecidas até aquele momento. Não só porque os mortos excediam o imaginável, mas também porque se havia lutado nos cinco continentes - foi uma guerra globalizada. Não só porque os combates tinham ocorrido em terra e no mar, mas também porque se inauguraram dois novos
cenários: o submarino e o aéreo. Não só porque haviam utilizado todos os meios disponíveis, mas também porque adiantaram os conceitos básicos das guerras futuras.
Ninguém estava seguro. Por mais distante que estivesse da frente de batalha, podia ser vítima da guerra. Com os gases, bombas e a aviação, as armas de destruição massiva haviam feito sua aparição. A sede de vitória havia propiciado que, pela primeira vez na história, as armas vencessem os homens. Nada voltaria a ser igual e as implicações para todos os negócios entravam em cena.
Vendas nunca mais foram as mesmas
Desde a Idade Média os vendedores batiam de porta em porta com seus produtos e serviços. Com a Grande Guerra, esse método quase desapareceria. Batalhões de vendedores foram trocados pela eficiência dos novos meios de comunicação. A venda de porta em porta tornou-se residual. Produtos e serviços passaram a ser vendidos em todos os continentes, pois aviões os transportam velozmente. O mundo mudou. Levar produtos, serviços e até mesmo ideias, como política e religião, com batalhões de pessoas, de porta em porta, é um instrumento que jaz nos campos da Grande Guerra.
Tanques de guerra ou de água: a maior inovação dos anos 1910
O tanque de guerra foi uma luminosa combinação de trator e canhão. Um coronel britânico, Ernest Swinton, teve a ideia, ao ver um trator arrastando um canhão. Churchill se converteu em defensor da ideia, que seria construída em segredo. Os primeiros exemplares foram embalados, para disfarçar, como tanques de água, daí o nome "tanque de guerra".
O primeiro modelo, o MK I, tinha uma forma romboidal, um losango, contava com uma chapa grossa e levava os armamentos nos lados e não na frente como os atuais. Tinham receio dele perder o centro de gravidade e tombar. Foi construído com duas variantes, que eram denominadas de "macho", quando carregava canhões, e de "fêmea", quando levava metralhadoras. A velocidade era de apenas 5 km por hora.
Seu batismo de fogo se deu em 15 de setembro de 1916, na batalha do Somme, considerada a mais violenta da história das guerras, que massacrou 1,2 milhão de soldados ingleses, franceses e alemães. Dos 49 tanques que entraram na contenda, a maioria ficou avariada, mas o impacto na moral dos alemães foi enorme: quase todos fugiram quando
viram os tanques avançando. Apesar da atrocidade, foi considerada a maior inovação daquela década.
Carlitos faz 100 anos
A infância de Charles Spencer Chaplin lembra a de um personagem de Dickens: um pai alcoólico, que o abandonou, e uma mãe que foi internada em um manicômio. Ele foi levado a um orfanato A pobreza e o desamparo empurraram Chaplin a trabalhar desde muito pequeno. Aos cinco anos, já havia debutado nos cenários junto com sua mãe, e aos 10, estava em um grupo de bailarinos.
Depois de encadear trabalhos esporádicos na Inglaterra, foi aos Estados Unidos e recebeu uma proposta dos estúdios de cinema Keystone, que não o agradava, mas aceitou devido ao salário - o triplo do que ganhava. Ele deveria rodar três filmes por semana. Cada um deles durava de 15 a 20 minutos e eram ordinários e confusos. Chaplin os transformou com um estilo próprio mais pausado, detalhista e individualista.
O primeiro filme de Chaplin foi "Carlitos repórter", mas em realidade o personagem do vagabundo não apareceu até o filme seguinte "Carreiras sufocantes" (Kid Auto Races at Venice). Chaplin fez 35 filmes durante o ano que passou na Keystone. Colheram um sucesso enorme. Em poucos meses, o personagem Carlitos se converteu no favorito do público.
"Tirando a guerra, é a coisa mais cara da história"
Já em outro estúdio, Essanay, Chaplin rodou 14 filmes em um ano, em troca de um salário milionário e total liberdade para encená-los. O personagem do "vagabundo" ficou famoso no mundo todo.
A empresa viu em seguida o potencial comercial do personagem. Em 1915, começou a ceder a outras empresas seus direitos de imagem para que fossem explorados. Fizeram bonecos, jogos, objetos com sua caricatura, desenhos animados e até canções. Uma indústria afortunada se formou no seu entorno. Novos tempos se iniciavam para o cinema que passava ao status de uma indústria de diversão.
Quando Chaplin firmou um novo contrato com a companhia Mutual, em 1916, se converteu também no artista com o melhor salário da história. Como foi publicado na imprensa da época: "Tirando a guerra, Chaplin é a coisa mais cara da história".