Gás, um pequeno e sujo segredo
Uma nova onda de acusações no mundo tomou de assalto a produção e venda de gás. Referem-se a que parte da indústria rebaixa ou oculta convenientemente a verdadeira dimensão das emissões de metano decorrentes da queima do gás.
No último decênio, o uso de gás natural se converteu na bandeira de muitas indústrias, governos - inclusive o brasileiro - e experts para fazer frente à crescente demanda de energia no mundo e, ao mesmo tempo, reduzir as emissões de dióxido de carbono na atmosfera durante a etapa de transição para um mundo majoritariamente impulsionado por energias limpas e renováveis.
Todavia, as agências e grupos meio-ambientalistas sempre temeram que tanto entusiasmo pelo gás acabasse atrasando a expansão de energias como a solar ou eólica. E hoje, observando o desprezo de Trump pelas políticas de proteção ambiental, esses temores parecem mais fundados. Estados Unidos são os maiores produtores de gás natural e estarão no pódio dos maiores exportadores nos próximos 20 anos.
O gás natural está no auge em todo o planeta. A demanda global aumentará nos próximos cinco anos em 1,6% anual e a China absorverá quase a metade desse incremento. As cinco grandes petroleiras do mundo ocidental - Exxon, Chevron, Shell, BP e Total - estão apostando no gás natural para compensar no futuro o mais que provável decréscimo de vendas de petróleo.
Algumas delas já dizem publicamente que nos próximos anos produzirão e distribuirão mais gás que petróleo. O mercado ferve com compras e vendas de empresas de gás. O governo do Mato Grosso do Sul não está acompanhando essas mudanças. Pode ser surpreendido com o avanço de outros países sobre o gás boliviano e com o aumento inesperado no preço desse combustível.
Gás, um potente gerador de aquecimento global?
O gás natural é sobretudo metano, e quando este escapa à atmosfera é, muito possivelmente, um potente gerador de aquecimento global. Muito mais que o dióxido de carbono, dizem a maioria dos cientistas. A diferença fundamental apontam, é que o metano na natureza dissolve mais rapidamente que o dióxido de carbono. Um estudo da confiável Academia de Ciências dos Estados Unidos, citado em inumeráveis artigos sobre esse tema, cifra em 6% a porcentagem de fuga de metano da cadeia de produção do gás. Também afirma que uma fábrica de produção elétrica movida a gás, como as dezenas que temos no Brasil, contribuiria mais com o aquecimento global que uma movida a carvão durante os primeiros 25 anos de operação. Depois desse tempo, graças à velocidade de desaparecimento do metano, a de gás natural contaminaria muito menos. Mas esses estudos são aproximados. Faltam dados conclusivos. Há um estudo que ficará pronto no fim deste ano patrocinado pela ONU que promete dirimir qualquer dúvida.
Ocupações de prédios são iguais às de terrenos para favelas.
A regra é uma só: onde há abandono do proprietário - particular ou governo - há ocupação. Não importa se é horizontal - terrenos para erguer favelas - ou vertical - prédios. Também não há diferença entre zona urbana ou rural. Desde o século XIX há ocupações, geralmente bem organizadas, no Brasil. As primeiras foram de terrenos no Rio de Janeiro. As tropas do exército retornavam da Guerra dos Canudos e foram "agraciadas" com o fechar de olhos das ocupações que realizaram. Todos fingiram que não enxergavam essa ocupação, essa indiferença das autoridades fez história. As mesmas autoridades de sempre que não desejam resolver o problema gravíssimo da falta de casas próprias.
Hoje, elas estão revestidas de um falso caráter ideológico, que combate à propriedade privada em nome da utopia comunista. Nada mais falso, são movimentos muito bem organizados, visam tão somente o ganho de algum dinheiro para alguns oportunistas e, para outros, a formação de seus "exércitos" de combatentes. Entram nos desvãos da incapacidade e falta de vontade dos governantes e tomam posse do que não lhes pertence.