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Em Pauta

O paradoxo: exercício é pouco útil para perder peso, mas é imprescindível

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 27/09/2025 08:30
O paradoxo: exercício é pouco útil para perder peso, mas é imprescindível

A obesidade é uma das principais causas de enfermidade e morte no mundo, mas a ciência ainda patina para explicar suas causas. Há pessoas que pensam que a solução para não engordar é simples: comer menos e fazer mais exercícios. O sedentarismo da vida moderna vem sendo responsabilizado como uma das mais importantes causas do sobrepeso, e parece lógico. Nas comunidades que vivem como há milhares de anos, indígenas e povos antigos, onde a necessidade de mover-se é um imperativo, a obesidade é algo raro. Todavia, apesar de toda essa noção do papel dos exercício sobre a obesidade, os dados não os confirmam.


O paradoxo: exercício é pouco útil para perder peso, mas é imprescindível

A pesquisa norte-americana.

A universidade de Duke, nos EUA, realizaram uma pesquisa sobre o gasto energético de mais de 4.000 adultos de 34 grupos humanos com modos de vida diversos em todo o mundo. Estudaram, dentre outros, os “Hadza” da África, os “Tsimane” da Bolívia e os “Yakut” da Sibéria. Todos são caçadores-coletores, isto é, correm e andam sem parar para poderem se alimentar. Compararam com diferentes grupos de norte americanos e de noruegueses sedentários, que pouco exercícios praticam. O resultado é que o gasto diário de energia era semelhante entre os caçadores-coletores e os sedentários. Os exercícios, mesmo aqueles que são praticados por horas a fio, não emagrecem.


O paradoxo: exercício é pouco útil para perder peso, mas é imprescindível

O grande problema da obesidade está no consumo de comida ultraprocessada.

A universidade de Duke comprovou que exercitar-se é essencial para nosso corpo, mas nada tem a ver com o emagrecimento. Afirmam os norte-americanos de Duke que o grande problema da obesidade está no consumo exagerado de alimentos ultraprocessados. Empresas, como a Coca Cola, tem lançado mensagens relacionando o exercício regular com o controle de peso, fomentando a ideia de que a culpa da obesidade está mais no sedentarismo que nos maus alimentos. A pesquisa de Duke desmente essa jogada. Os alimentos ultraprocessados são dez vezes mais culpados que o sedentarismo, diz a universidade. Vale repetir: os exercícios são fundamentais para nossa saúde, mas sua falta não determinam a obesidade.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.