Os 1ºs médicos, fantasiados de peixe, com barbatana e escama
Entre os milhares de fragmentos de tabuinhas cuneiformes que pertenceram ao rei assírio Assurbanípal, que viveu em Nínive, por volta de 669 anos antes de Cristo, encontraram uma coleção excepcional que se tornou conhecida como “Enciclopédia Médica de Nínive”. Se trata de um conjunto de 50 tabuinhas com 250, em media, escritos em cada uma, o que representa mais de 10.000 linhas de texto. É a coleção mais completa de tratados de medicina, com setecentos anos antes de Galeno. Uma perfeita enciclopédia médica perfeitamente estruturada e sistematizada.
Da cabeça aos pés.
A enciclopédia é imensa. São 12 tratados divididos em 50 capítulos. Cada tratado analisa uma parte da anatomia humana: o crânio, os olhos, as orelhas, o pescoço, as hemorragias do nariz, os dentes, os brônquios, o estômago, o abdômen, os rins, o anus, os tendões da perna e o epigástrio. Além do mais, cada tratado tem receitas para a cura das doenças que conheciam. São receitas completas, com instruções pormenorizadas para preparar e administrar a medicação de forma correta. Em alguns casos, há até um prognostico de recuperação.
Os médicos fantasiados de peixe.
Havia elementos mágicos na medicina mesopotâmica, era usual que, para curar um mal determinado, um médico (eram chamados “asu”) receitasse uma "planta“. Logo depois da ingestão do medicamento, entrava em cena um sacerdote ou xamã (chamado “asipu”). A importância que davam aos rituais mágicos não impedia que a medicina e o modo de administração do remédio fossem resultado de uma longa experiência de observação e experimentação. Não resta dúvida alguma que praticavam ciência, com conhecimentos inimagináveis para uma civilização tão antiga.
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