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Polidoro, o maior laçador da história: “dois defuntos numa cova só”

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 08/08/2025 07:20
Polidoro, o maior laçador da história: “dois defuntos numa cova só”

Entre tantos gaúchos, que no inicio do século passado chegaram no Mato Grosso do Sul, havia o Polidoro, conhecido como o melhor laçador da região. Sua perícia ficou conhecida desde a fronteira com o Paraguai até o Pantanal.


Polidoro, o maior laçador da história: “dois defuntos numa cova só”

Gaúcho baixinho e gordo.

Polidoro era homem baixote, gorducho e contador de histórias, próprias dos galpões das fazendas, na hora do chimarrão. Conhecia como ninguém os melhores cavalos. Não fazia muita questão de salário. Para ele, tudo ia bem contanto que o serviço fosse de campo e comesse um bom churrasco com chimarrão. Passou a vida vagueando pelos campos. Nunca tinha feito “paradeiro”, não conseguia se fixar em lugar algum. Era amigo de todo mundo.


Polidoro, o maior laçador da história: “dois defuntos numa cova só”

A lavadeira o prendeu.

Certo dia, Polidoro resolveu morar em uma fazenda na fronteira com o Paraguai. Tinha arranjado uma companheira, erada como ele, cuja ocupação era lavar a roupa dos peões da localidade. Um amigo resolveu visitá-la. Foi recebido carinhosamente pela dona da casa de chão batido. A velha, ainda bela, toda risonha, em trejeitos de incontido contentamento, agradeceu a visita. Polidoro se “fechou em copas”. O amigo, intrigado, por não sentir a acolhida do Polidoro, preguntou-lhe: “E você, Polidoro, como vai na vida nova de casado?” O gaúcho respondeu: “Como dois defuntos em uma cova só!… É uma friagem barbaridade” . Não se acostumara à vida de casado.


Polidoro, o maior laçador da história: “dois defuntos numa cova só”

O caso das trinta vacas perdidas.

Certa vez, o Polidoro foi a Miranda levar ao mangueiro uma ponta de gado perdido. Era tarefa dura, mas um compromisso de honra. Sondou o terreno e estabeleceu o plano de ataque. Atirou as trintas vacas em um brejo de terra preta, onde ficaram presas. Voltou à sede da fazenda e comunicou que havia prendido todos os “baguais”, as vacas perdidas. Saíram todos parar ver o feito inacreditável, entreolhando-se desconfiados. Ao aproximarem-se do barro-preto, viram a “arte” do gaúcho e riram muito. Estavam diante de um fato histórico: Polidoro sem auxilio e sem laço, apenas gritando, recuperara as vacas brabas.

 

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