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Manoel Afonso

Federações partidárias não empolgam ninguém

Manoel Afonso | 18/02/2022 07:42

A COLUNA chega a edição de número 1.500. E vale lembrar trecho da coluna de número 1.000 de 14 de agosto de 2014: “Difícil transitar neste terreno minado onde a guerra pelo poder se confunde com a vaidade humana. O estilo de escrever se funde com o caráter do jornalista ao falar de pessoas e fatos. Afinal, políticos são mais sensíveis do que se imagina. ”

REPETINDO: Na abertura de mais uma temporada eleitoral, uma observação que deve e precisa ser captada pelos candidatos: quem não vota também opina. Pessoas que não votam por qualquer motivo são vozes do "coral da opinião pública". Seria como os filhos opinando pela marca, tipo e cor do carro que o patriarca da família planeja comprar. Influenciam, sim, de algum modo.

IMAGEM: As últimas eleições mostraram a importância do trabalho de marketing como fator influenciador e até decisivo. Parece que os políticos entenderam e acabaram aderindo aos conceitos, procurando, ao menos, se aproximar do modelo ideal aos olhos do eleitor. Comparando as fotos e as falas dos candidatos de ontem e de hoje, percebe-se as mudanças.

CONCORRÊNCIA: Os candidatos a cargos eletivos estarão expostos como produtos na vitrine. Cada qual com seu atrativo ou potencial para seduzir o eleitor. Vão pesar a biografia, currículo (ou "folha corrida"), a imagem e o discurso com suas propostas. Igual ao casamento, sabe-se apenas como os noivos saem da igreja. O capítulo seguinte é uma incógnita.

O INFERNO DOS POLÍTICOS: 500 chibatadas, duas horas no forno de 200 graus, 3 horas no freezer. Essa é a pena dada ao político brasileiro corrupto na sua chegada ao inferno. Assustado, ele pediu para começar a cumprir a pena na semana seguinte, mas foi consolado pelo diabo de plantão: "Fica na moita, não espalhe. O forno está quebrado e o freezer enguiçado". "E as 500 chibatadas?" – perguntou o falecido. “Ah… O sujeito desse serviço vem aqui de manhã, assina o ponto e cai fora.”

A PIADA do folclore político serve para ironizar a condescendência da Justiça do Brasil na relação com os políticos. É crescente a tendência dos julgadores (e leis) em suavizar a pena dos políticos réus. Aliás, o ex-governador Sergio Cabral (MDB-RJ) e o ex-prefeito Gilmar Olarte de Campo Grande integram o grupo diminuto de políticos corruptos ainda presos.

DEPUTADOS & AÇÕES: Paulo Corrêa (PSDB): mostrou a melhora na proteção ao meio ambiente e combate aos desastres pelo Governo com aquisição de equipamentos modernos; quer mais medidas de proteção dos rios na Serra da Bodoquena;  José Teixeira (DEM): é seu projeto "Cidade Amiga", que cuida da inclusão social e proteção das pessoas autistas e seus familiares; pede a criação de delegacias voltadas ao atendimento dos deficientes físicos. Lucas de Lima (Sol): Em Amambai, recepcionado pelo prefeito Ednaldo Bandeira conheceu a realidade do município; projeto de sua autoria visa incluir o Estatuto dos Idosos nas escolas para conscientização desta classe no contexto social; pede a manutenção de salas de aula no Ensino Médio na Escola Municipal do Jardim Caiobá, nesta Capital. Paulo Duarte (MDB): tem proposta para permitir que os clubes escolares fomentem a prática de esporte mediante alteração da Lei 5.466; motivado pelas manifestações de apoio recebidas de entidades e lideranças da Capital e de várias cidades da região pantaneira. Pedro Kemp (PT): presidente da Comissão de Educação interviu junto à Fapec sobre o concurso dos professores temporários da Rede Estadual de Ensino, corrigindo injustiças pelos desencontros de informações e critérios que prejudicavam os concursandos. Antonio Vaz (REP): ativo em “Fevereiro Roxo Laranja” contra Lupus, Alzheimer, Fibromialgia e Leucemia, tem projeto para atendimento emergencial de câncer nas crianças e adolescentes; em Naviraí, visitou a "Academia Atleta Showww", que atende mais de 200 crianças em 32 modalidades, além de ajudar o projeto "Capoeira em Ação" com emenda parlamentar.

ESQUISITO: Fala-se na participação do ex-senador Delcídio do Amaral (PTB) nestas eleições. Mas ele foi cassado e teve os direitos políticos suspensos pelo Senado em 2016 por quebra de decoro, com a pena de 8 anos vigorando a partir de 2018, quando terminaria seu mandato. Portanto, só o Senado Federal teria competência para rever aquela decisão.

DUVIDOSO: Hoje, aos 67 anos de idade, Delcídio teria dificuldades para garantir a volta ao cenário político partidário após o fim da pena. Basta fazer as contas. A política é dinâmica, novatos surgem. Mas apesar da punição, Delcídio garantiu a aposentadoria inicial de R$11.500,00 – que na realidade do País, é boa. Vida que segue.

ENTRAVES: É pagar pra ver como as federações partidárias vão respingar nos Estados, inclusive, aqui em nosso quintal. Não será fácil consolidar na prática os interesses regionais com a decisão nacional de aliança válida nos próximos 4 anos. O eleitor poderá, inclusive, entender que há incoerências afrontando a tradição do quadro partidário local.

PERGUNTA-SE: Como acomodar André Puccinelli, Rose Modesto, Eduardo Riedel e Zeca do PT no mesmo time? Público e notório que os interesses deles são conflitantes, perseguem o mesmo cargo. E ainda há questões envolvendo outros personagens, entre eles, de Luiz H. Mandetta (DEM) Simone Tebet (MDB) Tereza Cristina (DEM). O prefeito Marquinhos Trad (PSD) é o único que "corre por fora".

PARLAMENTARES EM AÇÃO:  Evander Vendramini (PP): é sua a proposta da Coleta Itinerante para doação de sangue; pede o envio de ofício à Cia Votorantim para reformar o prédio da Igreja Santo Antônio, localizada na área da empresa em Corumbá; pede o asfaltamento do trecho de 46 km, entre a MS-240 e a MS-080, ligando Corguinho ao distrito do Taboco. Capitão Contar (PSL):  sempre atento e sensível aos apelos e a realidade social, pede a extensão da gratuidade da 2ª via da carteira de identidade, beneficiando grupo maior de pessoas carentes. Hoje, o custo da 2ª via é de R$175,12. Marçal Filho (PSDB): é seu o projeto criando a política de busca de pessoas desaparecidas, encaminhado inicialmente à CCJR; pede ao Governo e ao prefeito Alan Guedes (PR) a reforma do posto de saúde do Jd. Maracanã em Dourados, bem como dotá-lo de materiais básicos ao seu funcionamento. Gerson Claro  (PP): autor de projeto denominado professora Estefana Centurion Gambarra, na escola estadual situada em Dois Irmãos do Buriti; como presidente da CCJR, tem agilizado a distribuição de projetos que alimentam as pautas do plenário.

VEJA BEM! Com o alongamento até 31 de maio para definição das federações, haverá mais prazo para articulações entre as siglas. Mas até aqui, apenas o PT, PSB, Psol e PCdoB têm maiores chances de prosperar. Como serão decisões de cima para baixo, o eleitor será ignorado. E qual seria mesmo a sua reação nas urnas?

‘MICO’: Desde a criação do MS, não tivemos outro deputado federal de conduta tão dúbia como tem sido Loester Gomes de Souza, o ‘Tio Truts’ (PSL). Pelo seu alinhamento político ao Planalto, esperava-se que trouxesse benefícios. Pior, acabou no noticiário policial, virou motivo de críticas e piadas. Deve voltar ao balcão de sanduíches em 2023.

BENEFICIADOS: A pandemia também afetou o exercício efetivo da política, com menos visitas, reuniões e eventos sociais. Mas no balanço crítico do quadro atual, pode-se dizer que os deputados estaduais ainda acabaram beneficiados e mantêm boas chances de reeleição. Empolgar, vender esperança ao eleitor está cada vez mais complicado.

LIDERANÇAS: Praticamente as mesmas de antes. Vejam o quadro deste imenso País. Tantos estados e cidades sem produzir novos personagens que consigam liderar, empolgar e convencer com suas ideias e ações. Na falta deles, o espaço continua ocupado pelos políticos veteranos, beneficiados, inclusive, pelas gordas verbas do Fundo Eleitoral.

AÇÕES PARLAMENTARES:  Lídio Lopes (Patri): requer ampliação da sala cirúrgica do Hospital B. São Mateus, de Caarapó; pede reforma da ponte no Rio Coxim, entre São Gabriel e Camapuã; requer asfaltamento na BR-359, entre Coxim e Corumbá. Neno Razuk (PTB): comemora a entrega de equipamentos à Associação de Pais e Amigos de Autistas de Dourados, fruto de sua emenda parlamentar; alvo de homenagem pela associação dos servidores do sistema penal no MS; pediu ajuda à ministra Tereza Cristina, da Agricultura, para o Governo liberar recursos em prol da duplicação ou 3ª via na BR-262 (Capital e Corumbá); parabenizou a criação da primeira Cooperativa dos Pecuaristas e Agricultores Indígenas Kadiwéu. Amarildo Cruz (PT): visitando bairros da Capital com o vereador Ayrton Araújo; no Jardim Carioca, ouviu moradores e comerciantes; defende igualdade salarial dos professores concursados e convocados, bem como dos trabalhadores na mesma atividade. José C. Barbosa (DEM): pede ao Governo que a Sanesul adote em Dourados o boleto fracionado da taxa de água e lixo; enaltece o título de Utilidade Pública à Associação Grupo Melhor Idade de Rio Verde de Mato Grosso, graças ao seu projeto; sua emenda de R$ 40 mil possibilitará aquisição de teares e materiais para cursos de capacitação a cargo do Movimento de Apoio Social Campo-Grandense; atendido seu pedido ao Governo para ampliar vagas em concurso de oficiais de bombeiros; pede a criação do 2º Cartório de Registro de Imóveis de Dourados. Mara Caseiro (PSDB): tem projeto que protege a mulher ocupante de cargo público através da criação de estatuto específico; é sua a proposta dispondo sobre a obrigatoriedade de procedimentos sobre depressão perinatal em gestantes e puérperas nas redes pública e privada de saúde.

É O PODER: Até 2 de abril, vários integrantes do Governo deixarão seus cargos para disputarem as eleições. Casos de Geraldo Resende (Sec. da Saúde); Eduardo Riedel ( Sec. de Infraestrutura); Jaime Verruck (Meio Ambiente-Produção); Maria C. Motta (Educação); João C. Mato Grosso ( Cultura); Luciana Azambuja (Políticas P. das Mulheres); Walter Carneiro Jr. (Sanesul), Marcelo Salomão (Procon).

PÍLULAS DO ARNALDO JABOR:

Que pais é esse? O que fazer?

Ser subdesenvolvido não é “não ter futuro”; é nunca estar presente.

Na vida e no amor, não temos garantias.

A verdade em que você acredita determina o seu caráter.

Escrever é não esconder a nossa loucura.

A miséria não acaba porque dá lucro.

Seja ridículo, mas seja feliz e não seja frustrado. Pague o mico.

Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins.

Fazer o que? Vivemos no Brasil! A pátria que nos pariu!!!

A idiotice é vital para a felicidade.

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