Gin Caravela: destilaria 100% de MS conquista bares e festivais
Com identidade pantaneira e padrão internacional, destilaria de MS se destaca no mercado
Na saída para Três Lagoas, no bairro Panorama em Campo Grande, a Bunker Destilaria opera com rotina de indústria e olhar de laboratório. Ali, o empresário Breno Moraes, 28 anos, comanda a primeira destilaria de gin e vodka do Mato Grosso do Sul e transforma álcool neutro de cereais em gin e vodka que já cruzaram fronteiras, inclusive com gin Caravela premiado três anos consecutivos no Concurso Mundial de Bruxelas, considerado em 2024 o melhor gin do concurso e premiado com medalha grande ouro.
“Nosso sonho sempre foi ter uma marca daqui, 100% sul-mato-grossense, com identidade do nosso bioma, mas com padrão para competir com qualquer grande player”, resume Breno, sócio-administrador da Bunker.

Produção limpa em tempos de medo do metanol
Em meio ao medo recente provocado por casos de intoxicação por metanol em bebidas clandestinas, Breno faz questão de mostrar que, ali, o processo é o oposto do improviso.
A Bunker não fermenta grãos dentro da fábrica. O álcool chega pronto, de usinas certificadas em São Paulo.
“A gente já compra o álcool padrão alimentício. Ele vem nos tanques, a 96% de graduação alcoólica, com certificado de análise e todos os parâmetros mínimos e máximos registrados”, explica.
Isso significa que toda a etapa biológica, moer grão, fermentar, destilar pela primeira vez, é feita em ambiente industrial de grande porte. Na Bunker, o trabalho começa com matéria-prima já classificada como própria para consumo.
Além disso, a água usada nas receitas passa por filtro de osmose reversa, que desclora e desmineraliza para não levar cheiro, sabor nem turbidez às bebidas.
“É para não trazer nenhum aroma indesejado nem risco de contaminação. A ideia é ter um ambiente mais preservado, mais limpo, sem riscos biológicos, de contaminação, nada do tipo”, conta.
Sobre o metanol, Breno é direto: não existe bebida alcoólica sem nenhum traço de metanol, o que existe é limite seguro.
“É besteira falar ‘minha bebida não tem metanol’. Tem, sim. Mas tem dentro do que a norma permite. O teto é 10, nosso álcool matéria-prima chega com 1,8. Já vem bem abaixo do limite”, detalha.
Mesmo recebendo o álcool com laudo, a destilaria descarta cabeça e cauda da destilação, justamente as frações mais críticas.
A gente joga muita coisa fora para ter o melhor possível. É mais perda para nós, mais segurança e qualidade para quem consome.”
Além dos laudos do fornecedor, cada lote produzido pela Bunker passa por nova análise. “A indústria é registrada no Ministério da Agricultura e todos os produtos também. A gente tem laudo laboratorial do lote que está sendo comercializado de cada bebida”, diz.
Os restaurantes que compram recebem, junto com a caixa, o certificado de análise daquele lote específico. “Se algum cliente desconfiar, o bar tem como mostrar: ‘trabalho com esse produto, está aqui o certificado, atende todos os parâmetros’. A segurança é para quem bebe e para quem vende.”

Do tanque ao copo: como nasce um gin pantaneiro
O coração da fábrica é o alambique, onde a receita deixa de ser apenas mistura de água, álcool e botânicos para virar gin ou vodka Caravela e Swag.
Para a vodka, a fórmula é minimalista: água e álcool, nada mais. Já o gin é uma bebida aromática, no Gin Caravela são 14 ingredientes, 11 passam pelo processo de infusão e 5 são colocados em cestos suspensos para aromatizar o vapor durante a destilação.
A base, como exige a legislação, é o zimbro, que precisa ser o aroma predominante para a bebida ser classificada como gin. Ao redor dele, vem a assinatura sul-mato-grossense: casca de guavira desidratada, erva-mate, semente de baru (não a castanha vendida no Mercadão, mas a semente em natura), pimenta-rosa (semente de aroeira-do-cerrado).
“Esses quatro ingredientes trazem a identidade do Pantanal. É o sabor do Pantanal dentro da garrafa. A gente leva isso até no uniforme, como identidade máxima da marca”, conta Breno.
Os ingredientes ficam 24 horas em infusão, extraindo óleos e aromas. Depois, o líquido é levado ao alambique. O vapor passa ainda por um cesto com cascas frescas de cítricos como limão siciliano e laranja bahia, responsável pela camada mais fresca do gin.
Na saída da destilação, o produto chega a cerca de 73%–76% de graduação alcoólica
“Nossa vodka e o gin Caravela são envasados a 40% e 48% de graduação alcoólica, respectivamente. Então a gente transfere para tanques, entra com água filtrada, baixa para próximo do percentual do produto acabado e deixa descansar sete dias. Durante esse descanso, há evaporação natural e aglutinação das moléculas. Elas se unem a ponto de você não perceber cada uma separadamente, fica mais macio, sem aquela ardência e sem aquela ressaca de álcool agressivo.”
Antes de chegar à garrafa, o líquido passa por um filtro de partículas sólidas, para garantir toda a pureza. As garrafas, higienizadas e secas, seguem para uma envasadora onde cada unidade é preenchida por gravidade e inspecionada à luz.
Caravela e Swag: da prateleira premium ao balcão do bar
Hoje, a Bunker opera com duas linhas principais: Caravela e Swag. Caravela é a menina dos olhos, com foco em experiência e identidade. A garrafa é pintada, vidrada, serigrafada, com acabamento que pesa no custo, mas reforça o posicionamento. É o rótulo que ganhou medalha em competição internacional em Bruxelas e que leva o gin pantaneiro para a prateleira premium.
Swag nasceu olhando para o balcão: um gin e uma vodka “neutros”, com custo-benefício mais agressivo para quem trabalha com mixologia. A garrafa é mais simples, com rótulo colado e tampa personalizada. O conteúdo, porém, segue a lógica de qualidade da casa.
Quando a gente foi lançar um produto para competir com marcas como Smirnoff, pensamos: onde vamos ter diferença? Mantivemos o álcool de cereais, bidestilamos, melhoramos o que a gente já tinha como nobre e só simplificamos a roupagem”, explica Breno.
Para bares e restaurantes que querem usar Caravela em volume, a destilaria criou ainda uma solução profissional: um refil que equivale a 6,6 garrafas, custa cerca de 28% menos e não foi pensado para gôndola de mercado, mas para uso interno em casas que trabalham forte com coquetelaria.

Além das garrafas de 750 ml, há versões baby de 200 ml e doses de 50 ml, que funcionam bem para kits corporativos, presentes e consumo em festas menores.
A presença em feiras e grandes eventos é uma vitrine essencial. Na Expogrande, por exemplo, a Bunker montou estrutura própria de bar e vendeu cerca de 7 mil drinks em 10 dias de feira, com sete noites de show.
“Foram 145 mil reais em drinks vendidos, dez dias trabalhando, sete mil pessoas pegaram um copinho com a nossa marca, tiraram foto, beberam. Isso não tem mídia que substitua.”
A empresa está no terceiro ano como apoiadora do Festival Bar em Bar, da Abrasel, e tem presença constante em festivais de carne, inverno, turismo e gastronomia em Mato Grosso do Sul.
Na outra ponta da operação, a destilaria criou um braço próprio para atender eventos, com três formatos principais:
Shows, feiras e festivais – A Bunker entra com toda a operação: frutas, insumos, gelo, mão de obra, bebidas, estrutura de bar e maquininha. O produtor oferece o ponto e recebe, em média, 30% do faturamento bruto.
Festas particulares – Aniversários, encontros de família, reuniões para até 50 convidados.
Eventos corporativos – Lançamentos, treinamentos, inaugurações. A empresa vende um pacote de fichas para o contratante, que distribui entre colaboradores e convidados.
Para ocupar dias ociosos da fábrica, a Bunker também começou a produzir marcas terceiras: rótulos exclusivos para influenciadores, empresas e parceiros, com receita e rótulo desenvolvidos sob medida.
O projeto da destilaria levou quase quatro anos entre concepção, maturação e comercialização. Parte da inspiração veio de um dos sócios, gaúcho, que sonhava em ter uma vinícola. A realidade de capital, tempo e giro de estoque empurrou a ideia para os destilados.
“Vinícola exige anos de investimento para começar a ter retorno. Cachaça também demanda tempo de envelhecimento em barril. A destilaria tem giro mais rápido: de 15 a 20 dias da matéria-prima até a garrafa pronta”, explica Breno.
Hoje, com uma fábrica 100% sul-mato-grossense, produtos registrados, laudos por lote e um gin pantaneiro já premiado, a Bunker, sem dúvida, vai além da garrafa.
“Quando o cliente senta à mesa, ele quer segurança. O dono do bar também. Nosso trabalho é entregar os dois: bebida boa, bem feita e totalmente rastreável. A diferença é que, aqui, isso vem com sotaque de Campo Grande e sabor de Cerrado”, resume Breno.
Surpreenda-se com o sabor e a qualidade do verdadeiro destilado brasileiro
Endereço: Rua Ponta Grossa, 932, Panorama (Veja aqui)
Contatos: (67)99975-0911 ou (67)99920-0911
Acompanhe pelo instagram @bunkerdestilaria @caravela.br @sejaswag.br
Site: www.caravelastore.com.br



